A dengue é uma doença viral transmitida pela picada de mosquitos infectados pela doença, principalmente pela espécie Aedes aegypti.
O vírus da dengue é comum em regiões tropicais e subtropicais do mundo, como América Latina, Ásia e Áfricas. No Brasil, é uma das arboviroses mais prevalentes.
Para se ter uma ideia, em 2022, o Brasil bateu recorde de mortes por dengue. Ao todo, o país acumula um número de 987 óbitos, e outros 100 ainda são investigados.
DENGUE É TRANSMISSÍVEL DE PESSOA PARA PESSOA?
Embora a dengue seja uma doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, a transmissão de pessoa para pessoa também pode acontecer, mas é rara.
No caso de transmissão vertical da dengue (da mãe para o bebê durante a gravidez), a taxa varia de 1,6% e 17,8%. O registro mais atual aconteceu em 2019, no México.
Já a transmissão do vírus por transfusão de sangue, apesar de também ser rara, pode ser evitada por meio de uma triagem adequada dos doadores. Em 2015, após receber o sangue contaminado, um paciente de Campinas, em São Paulo, apresentou os sintomas da doença.
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DENGUE SINTOMAS
Veja quais são os principais sintomas da dengue:
- Febre alta (mais de 38°C);
- Dor de cabeça;
- Dor no corpo e articulações;
- Mal estar;
- Falta de apetite;
- Dor de cabeça;
- Manchas vermelhas no corpo.
Normalmente, os sintomas da dengue seguem a ordem listada acima. Porém, em alguns casos, a infecção pelo vírus pode ser assintomática.
QUE REMÉDIOS NAO TOMAR PARA DENGUE
Apesar de não ser uma prática recomendada, a automedicação para dengue só é aconselhada para a redução de alguns dos sintomas da doença, como a febre ou a dor.
No entanto, existe uma lista de medicamentos que nunca devem ser tomados em caso de suspeita ou diagnóstico da dengue. Veja quais são:
- Salicilatos, como ácido acetilsalicílico, ácido salicílico, diflunisal, salicilato de sódio, metilsalcilato, dentre outros;
- Anti-inflamatórios não esteroidais: indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindaco e diflunisal;
- Anti-inflamatórios denominados hormonais ou corticoesteroides: prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona.
Estes medicamentos não devem ser tomados porque são anticoagulantes e aumentam o risco de sangramentos e hemorragias causadas pela dengue.
QUAIS REMÉDIOS TOMAR SE ESTIVER COM DENGUE
De acordo com o Manual de Manejo Clínico, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, os únicos medicamentos possíveis a serem administrados para dengue são:
Dipirona sódica
- Dose para adultos: 20 gotas ou 1 comprimido de 500 mg de 6/6 horas.
- Crianças: 20 mg/kg/dose de 6 em 6 horas (respeitando a dose máxima para peso e idade)
- Gotas: 500 mg/ml (1 ml = 20 gotas)
- solução oral: 50 mg/ml;
- supositório pediátrico: 300 mg por unidade;
- solução injetável: 500 mg/ml;
- comprimidos: 500 mg por unidade.
- Gotas: 500 mg/ml (1 ml = 20 gotas)
Paracetamol
- Dose para adultos: 40-55 gotas ou 1 comprimido de 500 a 750 mg a cada 6 horas.
- Crianças: 10 mg/kg/dose ate de 6/6 horas.
- Gotas: 200 mg/ml (1 ml = 20 gotas);
- Comprimidos: 500 a 750 mg por unidade.
- Gotas: 200 mg/ml (1 ml = 20 gotas);
DIAGNÓSTICO DA DENGUE
Os exames de diagnóstico da dengue podem ser feitos por métodos diretos ou indiretos, que englobam exames de RT-PCR (similar ao do cotonete para Covid-19) ou sorológicos (coleta do sangue).
DENGUE TRATAMENTO
Para os casos leves com quadros sintomáticos, recomenda-se:
- Repouso relativo, enquanto durar a febre;
- Ingestão de líquidos (água, principalmente);
- Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
- Não administração de ácido acetilsalicílico;
- Ir ao serviço de saúde mais próximo em caso de sinais de alarme.
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A dengue, nos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 dias.
Pacientes com sinais de alarme ou quadros graves da doença requerem internação para manejo clínico adequado.
REFERÊNCIAS
- Ministério da Saúde - Dengue: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/dengue
- Martínez-Torres, A. O., Andrade-Narváez, F. J., Córdova-Villalobos, J. A., Cisneros-Cutz, J. I., Gómez-Carro, S., & López-Uribe, M. (2016). Vertical transmission of dengue in the city of Merida, Yucatan, Mexico, 2008-2009. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, 95(4), 758-763. https://doi.org/10.4269/ajtmh.16-0134
- Sabino, E. C., Loureiro, P., Lopes, M. E., Capuani, L., McClure, C., Chowdhury, D., ... & Custer, B. (2016). Transfusion-transmitted dengue and associated clinical symptoms during the 2012 epidemic in Brazil. The Journal of infectious diseases, 213(4), 694-702. https://doi.org/10.1093/infdis/jiv397