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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
PROGRAMA ÚTERO É VIDA

Câncer de colo do útero: Ação de busca ativa detecta HPV em mais de 100 pessoas em Pernambuco

Primeira fase piloto da iniciativa coletou 2.355 amostras em pessoas com útero. Testes têm a capacidade de identificar o DNA do HPV, causador do câncer de colo do útero

Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 21/12/2023 às 16:53 | Atualizado em 02/01/2024 às 15:50
Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano), transmitido na relação sexual, é o que causa o câncer de colo do útero - FREEPIK/BANCO DE IMAGENS

O Programa Útero é Vida, parceria entre a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) e o governo de Pernambuco, inicia uma nova etapa com a meta de reduzir a incidência de mortes no Estado por câncer de colo do útero. A primeira fase piloto da iniciativa coletou 2.355 amostras em pessoas com útero moradoras de Amaraji, Barreiros, Cortês, Lagoa dos Gatos, Ribeirão, Primavera, São Benedito do Sul e Tamandaré. 

Os testes têm a capacidade de identificar o DNA do papilomavírus humano (HPV), causador do câncer de colo do útero. 

Agora, passado o período de primeiros exames em ação de busca ativa, a missão do Programa Útero é Vida é rastrear cerca de 370 mil pessoas com útero, no próximo ano, em todo o Estado de Pernambuco. É o que diz a secretária Estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti. 

"Na etapa inicial, fizemos testes para validação de exame de rastreio de câncer de colo do útero. É um kit nacional para uso na rede de saúde estadual. As amostras coletadas foram analisadas por máquinas de PCR, as mesmas que realizam análise de amostras do coronavírus. Esse exame busca a parte genética do vírus HPV e identifca as cepas causadoras do câncer de colo do útero mais letais", explica Zilda. 

A secretária diz que, das 2.355 amostras coletadas, 1.070 estão com resultados. "Desse total, 967 foram negativas para o HPV e 102 positivas, o que representa 9,5%. Uma amostra teve resultado inconclusivo. As pessoas que positivaram para o HPV estão em acompanhamento (para tratar a infecção e evitar o aparecimento do câncer de colo do útero." 

No último dia 18, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, assinou, em reunião com gestores da Opas/OMS, o 4° Termo de Compromisso para a continuidade das atividades de desenvolvimento da estratégia de mudança tecnológica para controle e eliminação do câncer de colo do útero.

Durante o encontro, realizado no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, também foram analisados os resultados preliminares da execução do Programa Útero é Vida no Estado e o planejamento das atividades previstas para 2024.

"Estamos realizando um trabalho em conjunto, para que possamos tirar Pernambuco da liderança de mortes por câncer de colo do útero no Brasil. O Programa Útero é Vida tem conseguido avançar nas áreas de mais incidência da doença. Iremos chegar em todo o Estado. Estamos empenhados em garantir mais saúde para as mulheres", enfatizou Raquel Lyra.

A partir de janeiro de 2024, o Programa Útero é Vida entrará na 2ª fase com a realização de atividades em oito novos municípios da III Região de Saúde (com sede em Palmares) e na cidade de Jaboatão dos Guararapes.

O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, participou do evento e destacou o papel pioneiro, nas Américas, do Útero é Vida.  "Pernambuco iniciou, e o governo federal, por meio da ministra Nísia Trindade, já anunciou que vai transformar em um programa nacional baseado nos bons resultados que Pernambuco tem alcançado."

A secretária Estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, ressaltou o trabalho de acompanhamento das mulheres. "Estamos realizando a busca ativa de mulheres com um teste genético para diagnóstico precoce da infecção. Isso pode intervir em uma doença que é completamente previnível. Seguimos com o objetivo de reduzir a mortalidade por câncer de colo do útero em nosso Estado", afirmou.

O câncer de colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente na população feminina no Brasil e o segundo mais incidente nas mulheres pernambucanas. Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, neste biênio (2023-2025), devem ser diagnosticados 770 novos casos desse tipo de câncer, por ano, em Pernambuco.

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