A fase pré-diabetes sinaliza o estágio anterior ao diabetes tipo 2, indicando os primeiros indícios de uma condição crônica. Quando identificada a tempo, essa situação tem potencial de reversão. No Brasil, cerca de 15 milhões de pessoas encontram-se na fase pré-diabética, conforme aponta pesquisa da Federação Internacional de Diabetes (IDF).
A relevância desse dado destaca a necessidade de mantermos um olhar atento sobre nossa saúde. Uma pesquisa do Ibope, encomendada pela empresa farmacêutica Merck, revela que 42% dos brasileiros não têm conhecimento do termo pré-diabetes. Isso evidencia que muitas pessoas negligenciam os sintomas da doença devido à falta de informação, o que pode resultar em complicações mais graves.
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O que significa a pré-diabetes?
Em primeiro lugar, é crucial entender que o diabetes é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da glicose (açúcar no sangue), resultante da dificuldade do organismo em processar essa substância. A quantidade de glicose acumulada no sangue é conhecida como glicemia, e seu aumento leva à hiperglicemia, condição que define o diabetes.
Esse problema pode surgir devido à insuficiência na produção ou à ineficácia da ação da insulina, além de, em alguns casos, uma combinação desses fatores. A insulina, produzida pelo pâncreas, tem o papel de reduzir a glicemia, facilitando a absorção do açúcar presente na corrente sanguínea pelas células para ser usado como fonte de energia.
Quando a insulina está em quantidade insuficiente ou não funciona adequadamente, ocorre o acúmulo de glicose no sangue, desencadeando o diabetes. A pré-diabetes, por sua vez, surge quando há uma alteração no metabolismo dos carboidratos, resultando em níveis de glicose mais altos do que o normal para o organismo, embora não atinjam o limiar para o diagnóstico de diabetes.
Portanto, a pré-diabetes é considerada um estágio intermediário entre a saúde padrão e o diabetes mellitus tipo 2. Ela serve como um alerta indicando um alto risco de desenvolver diabetes, aumentando também as chances de complicações cardíacas.
Quando ela ocorre?
Basicamente, a pré-diabetes ocorre quando a glicose não é metabolizada ou aproveitada adequadamente, resultando em seu acúmulo no sangue. O nível normal de glicemia em jejum varia de 70 mg/dl a 100 mg/dl.
Uma pessoa é classificada como pré-diabética quando sua glicemia em jejum está entre 100 mg/dl e 125 mg/dl. Aqueles que atingem 126 mg/dl ou mais são considerados diabéticos.
Causas
Vários fatores podem contribuir para a pré-diabetes, sendo os mais comuns:
- Tendência familiar e herança genética.
- Ganho de peso.
- Alimentação hipercalórica.
- Sedentarismo.
Assim como o diabetes, a pré-diabetes é um problema multifatorial, ou seja, pode ter mais de uma causa.
O ganho de peso é um dos principais fatores de risco para a doença. O aumento de peso leva o pâncreas a produzir mais insulina na tentativa de reduzir e controlar os níveis de açúcar. No entanto, o corpo não interpreta o aumento na produção de insulina como algo positivo.
Isso resulta na resistência à insulina, onde, apesar da disponibilidade de uma grande quantidade de insulina, ela não funciona adequadamente.
Quais os sintomas?
O maior desafio da pré-diabetes é que ela é uma doença silenciosa, muitas vezes sem sintomas evidentes. Em casos raros, a pessoa pode apresentar acantose, escurecimento das dobras da pele em áreas como virilhas, axilas e pescoço. Normalmente, a doença só é identificada por meio da medição da glicemia, com resultados entre 100 mg/dl e 125 mg/dl.
É recomendável que todas as pessoas com 45 anos ou mais façam testes regulares de glicemia. Aqueles abaixo dessa faixa etária, mas com fatores de risco, como hipertensão, histórico familiar de diabetes tipo 2, diabetes gestacional, ovário policístico e excesso de peso, também devem ser testados.
Qual é o tratamento para a pré-diabetes?
O primeiro passo no tratamento da pré-diabetes é consultar um médico, que, com base em testes de glicemia e exames de sangue, poderá diagnosticar a condição. A principal recomendação médica envolve mudanças nos hábitos alimentares, reduzindo o consumo de alimentos ricos em açúcar, gorduras e farinha branca, além de moderar o consumo de sal.
Além disso, é aconselhável priorizar refeições com verduras de folhas verdes escuras, que ajudam a combater o excesso de açúcar no sangue, além de verduras e legumes em geral, frutas com casca e bagaço, grãos integrais, leguminosas, produtos lácteos desnatados e gorduras saudáveis.
Outra medida crucial é sair do sedentarismo. A prática regular de atividade física contribui para o controle da glicose, já que o trabalho muscular ajuda a consumir a substância, prevenindo assim o diabetes.
Ao seguir rigorosamente as orientações médicas, o paciente pode normalizar os níveis de glicemia sanguínea, evitando que a pré-diabetes evolua para diabetes. No entanto, manter hábitos saudáveis é essencial para evitar o aumento novamente dos níveis de glicose e garantir uma melhor qualidade de vida.
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Fonte: Vida Saudável