A diabetes mellitus, caracterizada pelo elevado teor de glicose no sangue, afeta 9,8% da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos, principalmente homens e grupos etários mais avançados, conforme dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2019.
A forma mais comum é a diabetes tipo 2, em que o pâncreas enfrenta dificuldades na produção de insulina, a hormona que regula o açúcar no sangue, ou as células do corpo não respondem adequadamente à insulina. Com diabetes, a glicose permanece no organismo sem ser utilizada como fonte de energia.
Historicamente, a diabetes tipo 2 manifestava-se geralmente após os 45 anos. No entanto, alterações nos hábitos de vida, especialmente a redução da atividade física e uma alimentação menos saudável, têm levado a um aumento de casos em adolescentes e jovens adultos, especialmente entre os obesos e sedentários.
Como uma doença muitas vezes clinicamente silenciosa, a diabetes tipo 2 é frequentemente diagnosticada em exames de rotina ou durante hospitalizações, pois, na maioria dos casos, não apresenta sintomas evidentes.
A diabetes tipo 1, representando 5-10% dos casos, ocorre geralmente na infância e adolescência. Pesquisas científicas indicam que frequentemente resulta de uma reação autoimune, desencadeada por fatores genéticos ou ambientais (vírus), em que o sistema imunitário ataca as células produtoras de insulina.
Em alguns casos, quando não é possível identificar cientificamente o processo autoimune, a doença é chamada de diabetes tipo 1 idiopática, de causa desconhecida. Na diabetes tipo 1, o organismo não produz insulina, sendo necessárias injeções para a sobrevivência.
DIAGNÓSTICO DE DIABETES
O diagnóstico da diabetes, segundo a Direção-Geral da Saúde, é estabelecido quando há:
- 126 ou mais miligramas de glicemia por decilitro de sangue em jejum;
- A partir de 200 miligramas por decilitro em qualquer ocasião;
- Valores de hemoglobina glicada (HbA1c) superiores a 6,5%.
Valores entre 110 e 126 miligramas de glicemia por decilitro de sangue em jejum, ou entre 140 e 200 miligramas por decilitro duas horas após a ingestão de açúcar, indicam risco aumentado para diabetes. O diagnóstico em uma pessoa assintomática requer confirmação em uma segunda análise após uma ou duas semanas.
Viver com diabetes, seja do tipo 1 ou 2, possibilita reduzir os danos provocados pela doença através de:
- Alimentação equilibrada e variada, com redução de açúcares e inclusão de cinco porções de legumes e frutas diariamente;
- Atividade física diária, como uma caminhada de 30 minutos, para melhorar a circulação, controle de peso e níveis de açúcar no sangue;
- Uso da medicação conforme orientação médica ou de enfermagem;
- Abstenção de fumo e moderação no consumo de álcool;
- Manutenção de consultas regulares para monitoramento de órgãos sensíveis, como olhos, rins, coração e pés.
Para prevenir a diabetes, é aconselhável:
- Manter um peso saudável, com índice de massa corporal entre 18,5 e 25;
- Praticar exercícios físicos e seguir uma dieta equilibrada, com baixa gordura e açúcares;
- Deixar de fumar;
- Monitorar a pressão arterial e consultar o médico pelo menos uma vez por ano.
Fonte: Deco Proteste