Após mais de dois meses, o caso do soldado que matou a esposa grávida, no Cabo de Santo Agostinho, e atirou em quatro colegas de farda no 19º Batalhão, no Recife, ainda está cercado de mistério. A Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) solicitou à Justiça Militar a prorrogação de mais 60 dias para concluir a investigação.
Guilherme Santana Ramos de Barros, de 27 anos, matou a tiros Cláudia Gleice da Silva, 33, na manhã do dia 20 de dezembro de 2022. Em seguida, rendeu um motorista de aplicativo e o obrigou a seguir até o bairro do Pina, onde fica o 19º Batalhão. Lá, atirou nos colegas e depois teria se matado. Além dele, dois policiais morreram e outros dois ficaram feridos.
O inquérito policial militar tinha prazo inicial de 40 dias para ser encerrado e podia ser prorrogado por mais 20. Mesmo assim, segundo a PMPE, não foi possível esclarecer o caso e o aumento de prazo foi solicitado.
Já o feminicídio de Cláudia foi investigado pela Polícia Civil. Em depoimentos colhidos pelos investigadores da 14ª Delegacia de Polícia de Homicídios, ficou claro que o soldado não aceitava o fim do relacionamento e que também praticava agressões contra a mulher, que estava grávida de três meses. Essa investigação já foi concluída.
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
O inquérito policial militar precisa esclarecer os possíveis motivos que levaram o soldado Guilherme Barros a atirar nos colegas de farda. Além disso, vai apontar se ele realmente cometeu suicídio.
Enquanto seguia para o batalhão, o soldado teria dito que iria "matar os inimigos". Não foi revelado ainda, no entanto, que desavenças existiam entre os militares lotados no 19º BPM.
O sargento Maurino Uchoa, baleado de raspão na cabeça, e cabo Paulo Rebelo, ferido no ombro, foram ouvidos pelos investigadores.
Também foram atingidos pelos tiros o 2º tenente Wagner Souza do Nascimento, de 30 anos, que morreu na hora, e a major Aline Maria Lopes dos Prazeres Luna, 42, que era subcomandante do 19º Batalhão. A PM chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Português, mas faleceu no mesmo dia - horas após passar por cirurgia.
CÂMERAS AJUDAM NA INVESTIGAÇÃO
Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que o soldado aparece de mochila entrando no batalhão. Ele passa por colegas e segue por um corredor até chegar na sala de monitoramento, onde imediatamente após abrir a porta efetua vários tiros contra outros policiais, que tentam se proteger.
Segundos depois, Guilherme sai pela mesma porta e, um pouco a frente, outro militar aparece armado. A imagem indica uma possível troca de tiros. O soldado volta à sala de monitoramento e corre. Não fica claro, no entanto, se ele foi atingido por algum tiro.
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