Não basta só denunciar. Em muitos casos, a medida protetiva é necessária para evitar que a mulher volte a sofrer violência. E isso fica ainda mais comprovado a partir do balanço divulgado pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) nesta quarta-feira (10). Em apenas um mês, homens acusados de violência doméstica foram capturados no Grande Recife porque descumpriram as medidas protetivas.
Das cinco capturas, duas ocorreram após as vítimas acionarem o botão do pânico, por meio da Unidade Portátil de Rastreamento (UPR), reforçando a importância da ferramenta para agilizar o pedido de socorro. Em outros dois casos, as mulheres acionaram, por telefone, o Centro de Monitoramento Eletrônico de Pessoas (Cemep). Um número específico (0800.643.5508) é fornecido às vítimas de violência doméstica no momento em que as medidas protetivas são autorizadas. Além de gratuito, o atendimento funciona 24 horas.
"Sempre que o monitorado estiver usando a tornozeleira eletrônica em razão de violência doméstica, a vítima tem a possibilidade de buscar, junto à Secretaria da Mulher, a UPR. Dessa forma, o nosso centro de monitoramento poderá rastrear o agressor e a vítima ao mesmo, identificando a proximidade dele e efetuando a prisão em flagrante", reforçou o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes.
NÚMEROS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER SÃO PREOCUPANTES
Somente no primeiro semestre deste ano, 26.646 queixas de violência doméstica/familiar foram registradas pela polícia em Pernambuco. A média diária é de 148 denúncias.
Outra preocupação é em relação ao número de feminicídios no Estado. Oficialmente, 37 mulheres perderam a vida no primeiro semestre. O aumento foi de 15,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 32 casos foram contabilizados.
As prisões registradas pela SEAP, no último mês, reforçam a importância de as mulheres procurarem ajuda o quanto antes para quebrarem o ciclo de violência. Em casos de urgência, as vítimas podem acionar o número 190, da Polícia Militar