Em meio ao mês marcado por fugas em massa, um novo episódio expõe a falta de segurança e controle na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Desta vez, adolescentes provocaram um curto-circuito e o fogo se espalhou rapidamente por uma parte do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul de Pernambuco.
O caso foi registrado na última sexta-feira (26), mas somente foi confirmado nesta segunda (29) pela direção da Funase. Em nota, a assessoria informou que o curto-circuito teve início em um ventilador. "A equipe da unidade agiu prontamente para conter o incidente e proteger os jovens em cumprimento de medida no local", disse.
Três socioeducandos ficaram feridos com queimaduras. Eles foram socorridos e encaminhados para o Hospital da Restauração, na área central do Recife, onde seguem internados sem previsão de alta. A Funase declarou que não há risco de morte.
"A Funase e os familiares estão acompanhando rotineiramente a situação dos jovens", afirmou a assessoria. Não há informações sobre o prejuízo contabilizado com o incêndio.
A unidade de internação de Vitória de Santo Antão tem capacidade para 72 socioeducandos. Atualmente, conta com 51. Todos do sexo masculino, com idades entre 12 e 18 anos incompletos.
FUGAS EM MASSA
No último dia 20, seis adolescentes conseguiram quebrar cadeados com facilidade e fugiram no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Garanhuns, no Agreste. Com o apoio da Polícia Militar, apenas um socioeducando foi encontrado.
No dia 9 de julho, 16 socioeducandos fugiram da unidade de internação Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Oito foram recapturados.
Em vídeos que circularam nas redes sociais, adolescentes foram vistos fugindo por um dos portões. Eles atravessaram a rua principal, entraram numa borracharia e fugiram por um terreno atrás do estabelecimento.
Relatórios internos revelaram que 110 adolescentes fugiram das unidades de internação da Funase entre janeiro de 2023 e maio deste ano.
Nas unidades de semiliberdade, voltadas aos socioeducandos que cometem atos infracionais de menor gravidade, evasões também são constantes. Foram 100, somente entre janeiro e maio de 2024.