Depois de atingir o "fundo do poço” em abril, o turismo no Brasil começa a dar sinais um pouco mais consistentes de recuperação. Em setembro, o faturamento do setor teve alta de 28%, em comparação com agosto, e atingiu R$ 12,8 bilhões – o melhor mês desde o início da pandemia da covid-19, em março.
Em Pernambuco, a movimentação financeira foi de R$ 470 milhões, 3,3% da atividade total do País. O Estado ficou em oitavo lugar no Brasil e segundo no Nordeste, depois da Bahia (3,5%).
Os dados são do Índice Cielo de Vendas do Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (ICV-Tur-CNC).
O crescimento dos negócios no setor, aponta a pesquisa, está diretamente relacionada às medidas de flexibilização do funcionamento das empresas, cumprimento de protocolos, abertura dos shoppings e volta dos cinemas e espetáculos. A demanda reprimida nos meses de isolamento social reflete-se agora, gradativamente, na disposição dos consumidores em gastar.
Entre os quatro principais grupos turísticos analisados pelo ICVTur-CNC, o de Hospedagem e Alimentação registrou o maior volume de vendas em setembro, com R$ 8,533 bilhões (R$ 247,5 milhões em Pernambuco). O conjunto de atividades ligadas ao segmento respondeu por aproximadamente 66,7% do faturamento do Turismo no período.
Com os Estados mais populosos e de maior poder aquisitivo da Federação, a região Sudeste teve a maior participação nas vendas regionais do turismo em setembro (56,6%), com faturamento de R$ 7,2 bilhões. O Sul vem em segundo lugar, com 16,5% da fatia e R$ 2,1 bilhão de movimentação financeira. Em terceiro lugar, está o Nordeste, com R$ 1,9 bilhão (14,4%) do total. Centro-Oeste e Norte responderam, juntos, pelo faturamento de R$ 1,6 bilhão.
Na avaliação da CNC, as atividades turísticas devem continuar crescendo no curto prazo, "desde que os preços se mantenham estáveis e o consumidor permaneça demonstrando mais confiança para efetuar gastos". Para o fim do ano, no entanto, pode haver uma inversão do cenário, em função da alta dos alimentos e do valor do dólar, além da redução do auxílio emergencial e da massa salarial em circulação, face à elevada taxa de desemprego do País.