Por iniciativa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a Assembleia Legislativa de Pernambuco concedeu o título honorífico de cidadã pernambucana, post mortem, à escritora Clarice Lispector (1920-1977), que viveu na capital Recife até seus 14 anos e é conhecida por demonstrar sua ligação com a cidade através de seus contos e crônicas. O pedido foi oficializado neste ano pela Fundaj e tramitou na Alepe por proposição do deputado Marco Aurélio.
A Fundação já está programando, junto à Assembleia, a solenidade para o próximo dia 10, data do centenário da escritora. Natural da Ucrânia, Clarice veio para o Brasil ainda recém-nascida. Sua nacionalidade, no entanto, pouco é lembrada e parece ser irrelevante. O que pesa, de fato, são suas obras. “Sua escrita, com estilo intimista que popularizou as narrativas psicológicas, marcou a literatura do século XX. À frente de uma instituição que tem entre as suas missões salvaguardar a memória e a cultura, não poderia esquecer Clarice Lispector”, ressalta o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos.
Além disso, a instituição está empenhada no projeto de recuperação da casa onde Clarice viveu durante sua estadia na capital pernambucana. O imóvel, de número 347 e localizado na Praça Maciel Pinheiro, área central do Recife, está deteriorado. O custo da obra está orçado em R$ 1,8 milhão. Para levar o projeto adiante, a Fundação está concorrendo aos recursos junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública no edital sobre Fundo de Direitos Difusos, que são recursos voltados para vários segmentos, entre eles o de preservação de patrimônio.
A proposta da Fundação é restaurá-lo para criar um Centro Cultural. "A ideia é que este Centro seja voltado ao conhecimento da literatura brasileira e a memória de Clarice Lispector nesse local porque foi a casa onde ela viveu com a família. Essa foi a casa onde ela viveu parte da sua infância quando veio morar no Recife quando chegou ao País vinda da Ucrânia", adianta Campos.
A casa é de propriedade da Santa Casa de Misericórdia e está protegida legalmente por meio do tombamento provisório em nível estadual pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e em análise preliminar no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombamento federal.
Após a reforma, a Fundação pretende inaugurar no espaço o Centro Cultural Casa Clarice Lispector voltado a memória da escritora.dan