Atriz, modelo, cantora e locutora, a pernambucana Giselle Tigre, como gosta de se definir, é uma mulher de várias competências. Prestes a completar 50 anos de vida, a multiartista será vista em breve nas telinhas, na próxima fase da novela Gênesis, na Record TV, interpretando Raquel.
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Em entrevista ao Jornal do Commercio, a sobrinha-neta do poeta Manoel Bastos Tigre contou um pouco de sua afinidade com a arte: "Desde menina, a inclinação para a área artística era evidente. Tentei vários outros caminhos, mas as oportunidades foram surgindo na arte e fui agarrando. E isso acontece até hoje".
Como atriz profissional, Giselle estreou aos 14 anos, no palco do Teatro de Amadores de Pernambuco, que completou 80 anos em 2021. "Realmente, uma grande escola, da qual tenho muito orgulho de fazer parte. O maior aprendizado ali foi o cultivo da humildade. Lembro de ter ouvido de cada um — Dona Diná de Oliveira, Vicentina do Amaral, Wanda e Renato Phaelante e Reinaldo de Oliveira — para conservar na alma essa grande virtude e não me achar muito importante só porque sou artista", relembrou.
Com uma beleza parecida à da atriz Ana Paula Arósio, que fez sucesso na TV e na publicidade, Giselle Tigre ganhou destaque em Malhação, quando viveu a professora Linda por três temporadas: "Foi a minha estreia nas novelas, onde o ritmo das gravações é alucinante, diferente do processo teatral. Guardo na lembrança a generosidade e o acolhimento que recebi dos diretores e colegas de trabalho. Eles foram maravilhosos e rapidamente me senti à vontade e aprendi a linguagem. Eu não tive treino com preparador de elenco, como é costume com estreantes na Malhação. Fui aprendendo fazendo, como foi no teatro e na música".
No ano de 2011, Giselle fez história na dramaturgia ao protagonizar o primeiro beijo lésbico — foi na novela Amor e Revolução, do SBT/TV Jornal, com Luciana Vendramini. "Me sinto orgulhosa. Pois até hoje reconheço a importância de se quebrar tabus e, através de um segmento tão popular no Brasil, como a novela, ter retratado um romance entre duas mulheres, foi um marco. Afinal, é real e normal", defende a atriz.
Com 35 anos de uma carreira multifacetada na TV, no teatro e na música, a artista afirma que não há um veículo específico onde ela se sinta mais à vontade. "É tudo junto e misturado. Quando fotografo, represento um personagem, quando canto, interpreto a canção. Todas as artes estão comigo. E estou sempre aprendendo algo novo e me reinventando artisticamente. Recentemente compus uma canção pela primeira vez em parceria com os amigos Zeh Rocha e Allyson Alves", justifica.
Sobre este período de pandemia, Giselle Tigre diz que tem atravessado essa fase como um dia de cada vez: "Tenho um compromisso maior com o autocuidado. O momento exige atenção plena. Passei a meditar diariamente e cuido muito da minha cabeça e coração para suportar a insegurança do momento, o medo e a angústia. Passei a me ocupar só com coisas edificantes e escolher, de fato, o que me faz bem". E é justamente esse autocuidado que faz com ela não sofra com muitos arrependimentos na sua carreira. "O que sou hoje é resultado dos erros e acertos. Tá tudo certo, se aprendemos com nossos erros e assumimos as consequências das nossas escolhas", completa.
PROJETOS
Prestes a estrear na sexta temporada da novela Gênesis, a pernambucana deu detalhes de sua nova personagem: "A Raquel, esposa de Jacó, sofre muito por não conseguir gerar filhos. Divide o marido com a irmã, Lia, e duas concubinas, que lhe dão uma prole. Muito tempo depois consegue gerar dois meninos, um deles José, que se tornará um personagem importante na história do Egito. Adoro fazer personagens históricos, como fiz na novela Jesus, com a parábola do Óbolo da Viúva, em 2019".
Para celebrar 50 anos de vida em 2022, Giselle Tigre revela que prepara um projeto especial intitulado O Melhor da História É Agora. "Quero compartilhar meus aprendizados, contar histórias de minhas vivências como espiritualista, mãe, mulher, artista e contar dos desafios da maturidade. Tenho também um acervo de fotografias que quero reunir numa publicação. Acho que pode inspirar muitas pessoas. O título é uma alusão a minha prática budista da plena atenção ao momento presente, o mindfulness. Essa percepção mudou a minha vida pra melhor. Eu sou uma pessoa arvorada pela vida, acredito no amor, na força do Um e na coletividade. É o nosso destino aprender e evoluir. Caminhamos para essa transformação e um mundo melhor. É esse o meu compromisso pessoal e coletivo: desenvolver", conclui a artista.