Encruzilhada Nordeste(s): (Contra)Narrativas Poéticas, evento que o Itaú Cultural sedia em seu site, desta quinta (15) até domingo (18), reúne produções artísticas e promove debates intelectuais que buscam quebrar a visão cristalizada nacionalmente sobre a região. A iniciativa integra o Cena Agora, projeto do Núcleo de Artes Cênicas, e exibe cenas criadas especialmente para o programa. Todas as atividades são gratuitas e acontecem às 20h, através da plataforma Zoom.
Na abertura do evento, acontece uma mesa de conversa com a encenadora, pesquisadora e pedagoga teatral Maria Thais e o historiador Durval Muniz de Albuquerque Jr., autor do livro A Invenção do Nordeste e Outras Artes. A obra investiga como o imaginário em torno da região, com estereótipos de miséria e atraso tecnológico e intelectual, serviu de base para o premiado espetáculo teatral A Invenção do Nordeste, do grupo Carmin, do Rio Grande do Norte.
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A partir de amanhã, as reflexões são levadas ao Palco Virtual, com a exibição de duas cenas de no máximo 15 minutos a cada noite. A primeira delas é do grupo de teatro Clowns de Shakespeare (RN), que no trabalho apresentado busca unir as provocações do tema à pesquisa que o grupo vem fazendo sobre criação cênica online. O elenco dirigido por Fernando Yamamoto propõe uma relação de jogo com o público, questionando recorrências do senso comum em relação ao fluxo dos nordestinos para o Sudeste.
Em seguida, a programação traz Onan Yá — A Caminhada da Sacerdotisa, da diretora teatral e dramaturga baiana Onisajé, que assina a direção, o roteiro e a concepção do trabalho. Nele, a atriz e dançarina Fabíola Nansure e o ator Nando Zâmbia narram um pequeno recorte da caminhada de vida da yalorixá Mãe Rosa de Oyá, sacerdotisa do Ilê Axé Oyá L´adê Inan, na cidade baiana de Alagoinhas. Neste dia, a conversa após as exibições será conduzida pelas críticas teatrais Ivana Moura e Pollyana Diniz, responsáveis pelo site Satisfeita, Yolanda?.
No sábado (17), o coletivo No Barraco da Constância Tem! do Ceará, vai apresentar O Desaparecimento do Jangadeiro Jacaré em Alcácer-Quibir, que parte da história real do jangadeiro que em 1941 viajou até o Rio de Janeiro para reivindicar ao presidente Getúlio Vargas os direitos trabalhistas da classe pesqueira.
Em seguida, o coletivo pernambucano Agridoce mostrará a cena Rhizophora — Estudo Nº 01. Baseado no romance Homens e Caranguejos, de Josué de Castro, conta a história de um homem que se vê em um dilema quando a construtora onde trabalha o comunica que o novo projeto no qual ele irá trabalhar será a construção de um condomínio de luxo no lugar onde fica a comunidade onde ele morou.
Após as sessões, o público é convidado a participar de um bate-papo com os elencos e críticos e artistas convidados. Para participar das atividades, é necessário reservar os ingressos através do Sympla. Mais informações sobre as atividades podem ser encontradas no site da instituição.