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Autora de 'Um Lugar ao Sol', Lícia Manzo pede desculpa pelos poucos atores negros em suas tramas

"Acho que essas discussões estão ganhando força e visibilidade", disse a novelista em entrevista recente

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Nathália Pereira

Publicado em 11/12/2021 às 9:05
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No ar desde o início de novembro, a novela Um Lugar ao Sol marca a estreia da autora Lícia Manzo no horário nobre da TV Globo. Antes, ela havia assinado tramas como as da elogiada A Vida da Gente, de 2011, e de Sete Vidas (2015), ambas exibidas às 18h. A nova fase na carreira, contudo, chegou acompanhada de um pedido de desculpas de Lícia.

A autora, que chegou a colaborar em duas temporadas na novelinha Malhação e assinar o roteiro da série A Diarista, deu uma recente entrevista na qual fez uma análise sobre os poucos papeis destinados a pessoas pretas nos folhetins de sua autoria exibidos até então pela emissora. O depoimento foi dado ao podcast Novelíssimas.

"Uma crítica justa que fazem a mim: 'Você escalou poucos atores negros nas suas primeiras novelas'. É verdade. Peço desculpas por não ter aproveitado essa janela enorme que é uma novela para uma pauta tão importante. Acho que essas discussões estão ganhando força e visibilidade. Elas chegaram até mim e me atingiram profundamente", disse Lícia Manzo.

Ela também afirmou que despendeu mais atenção ao assunto na escalação de elenco para Um Lugar ao Sol. A novela tem personagens negros como Ruth, vivida por Pathy Dejesus, e Ravi (Juan Paiva), amigo do protagonista Christian/Renato (Cauã Reymond).

"Em Um Lugar ao Sol, o Ravi é coprotagonista da novela, a consciência do Christian. A gente tem um coprotagonista negro e vários personagens em que essa pauta é atualizada. Acho que você vai aprendendo à medida. Fez parte do meu aprendizado. Espero em futuros trabalhos poder entregar mais", complementou.

OUTRAS NARRATIVAS

Em entrevista ao GShow, Pathy Dejesus comemorou estar na tela, em Um Lugar ao Sol, com uma personagem que não foi escrita para ser necessariamente uma mulher negra.

"A gente não quer só falar de escravidão. Quero contar histórias de reis e rainhas. Quero ser fútil, mau-caráter, desviar dinheiro... Quero ter outras narrativas. Não só escravidão", explicou a atriz. "Eu estou extremamente feliz de ocupar esse lugar não estereotipado nessa novela", encerrou.

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