O clássico Os Sertões, de Euclides da Cunha, bateu o recorde brasileiro de venda de livros raros dos últimos anos. Um exemplar da 1ª edição da obra do correspondente do Estadão na guerra de Canudos, publicada em 1902, foi arrematada num leilão no Rio, neste sábado, por R$ 143 mil, valor que ultrapassa o alcançado por um livro de viagens de Jean-Baptiste Debret, leiloado há três anos.
A primeira leva do livro sobre o conflito no semiárido baiano teve 1 mil exemplares publicados pela editora Laemmert & Cia, bancados pelo próprio autor. A 1ª edição da obra sofreu cerca de 80 pequenas correções do próprio punho de Euclides. Nos últimos anos as aparições dessa joia da literatura brasileira no mercado de livros tornaram-se cada vez mais raras.
Como o Estadão informou no dia 28, o exemplar colocado em leilão ainda possui a capa original da brochura e foi acondicionado num estojo. O livro que teve lance mínimo de R 1.200 já havia atingido R 22 mil na última sexta-feira. Ao longo do sábado, as ofertas dispararam. Foram mais de 80 lances até o leiloeiro bater o martelo com o novo recorde de um livro no País. A livraria Letra Viva, do Rio, que realizou o leilão, não divulgou o nome do comprador, que é de fora do Estado.
Geralmente, os livros mais disputados em leilões são trabalhos com ilustrações de artistas.