Foram quarenta anos ininterruptos de shows até uma pandemia iniciada em 2020 parou o mundo e a agenda agitada de Bell Marques. No fim de ano, o baiano retomou com alguns shows, inclusive com o projeto Jingle Bell, uma festa natalina bastante conhecida em Salvador (BA) e que terá sua primeira edição no Recife neste sábado (25), no Parador, no Bairro do Recife.
O evento também terá o show da Timbalada, que marca o retorno aos vocais do cantor Denny Denan, e da ex-The Voice Brasil Letícia Bastos. A abertura dos portões está programada para às 18h. Letícia Bastos faz show às 19h, Bell Marques às 21h e Timbalada encerra o evento às 23h30. Os ingressos custam R$ 310, com serviço open bar.
Bell Marques, inclusive, volta ao Parador em 28 de fevereiro, na terça-feira de carnaval, com programação que terá Timbalada e Durval Lellys. Em entrevista ao JC, ele comenta sobre o retorno aos palcos, incertezas do carnaval de 2022, mudanças no consumo da música e próximos projetos. Confira:
Entrevista com Bell Marques
JC: Como foi não subir aos palcos e trios elétricos no carnaval de 2021? Diante dos desafios, você e sua equipe levaram alguma lição da pandemia?
Bell Marques: Foi difícil por vários motivos. A realidade em todo mundo assustou muito e tinham questões pessoais minhas, da minha família e da minha equipe. O Carnaval, os eventos, são nossa vida, muito além só da parte financeira, é nossa rotina, nossa cultura, há anos. E tivemos isso tirado da gente. Mas, a união de todos, o fato de estar mais próximo da família, tudo isso reforçou muito os laços e a importância deles nesses momentos de dificuldade.
JC: A ideia de rodar com a "Jingle Bell", que já ocorre na Bahia, pelo país veio por conta da retomada dos eventos no segundo semestre desse ano? Como espera que os outros estados recebam esse evento?
Bell Marques: As pessoas gostam muito do nome da festa, da brincadeira e vimos a proximidade do Natal como uma oportunidade de levar a festa para outras cidades. Não é a primeira vez que ela sai de Salvador. Esse ano, já passamos por São Paulo também, celebrando esse clima de fim de ano, que sempre é muito bacana!
JC: Recentemente você cancelou o seu bloco de rua no carnaval de Salvador. Com o carnaval de rua indefinido, como acredita que a festa poderá ocorrer em 2022? Acha que a festa poderia acabar sendo ser menos democrática?
Bell Marques: Em todo o Brasil, as festas privadas serão permitidas no período em que seria o Carnaval. As festas privadas existem há anos, existe um mercado sério por trás delas, que sustenta famílias, empregos, uma base grande. A festa aberta para toda a população demanda investimentos e esforços dos governantes e foge do que podemos fazer, inclusive para garantir os protocolos.
JC: Você lançou o álbum "Só As Antigas Parte 2" neste ano. No show, as antigas também possuem um destaque. Por que acha que o axé dos anos 80 e 90 é tão atemporal e toca tão fundo em pessoas de diferentes gerações?
Bell Marques: Eu não diria que apenas o Axé dos anos 80 e 90 é atemporal. A música como um todo, em todo o mundo, em todos os gêneros, era produzida de outra forma, com outra intenção, num mercado completamente diferente, menos acelerado. O consumo da música mudou muito, em alguns aspectos negativamente e em muitos outros positivamente. Essa pressa na busca por hits tornou algumas canções descartáveis, feitas pra um momento muito específico, que em dois meses já não fará mais sentido.
JC: Alguma novidade de 2022 que gostaria de adiantar?
Bell Marques: Em 2022, temos a segunda edição do Vumbora Pro Mar confirmada, um Carnaval em alto mar sem precedentes. É um cruzeiro só com artistas baianos, uma grande folia, no transatlântico MSC Fantasia. Vai ser de 18 a 21 de novembro, com shows meus, de Durval Lelys, Timbalada, Harmonia do Samba, É O Tchan e Rafa e Pipo Marques. A primeira edição foi inesquecível e, sem dúvidas, só vamos melhores na próxima.