Morreu nesta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro, o escritor Candido Mendes de Almeida. Ele ocupava a cadeira de número 35 da Academia Brasileira de Letras, sucessor do filólogo Celso Cunha. Respeitado no meio acadêmico carioca, Almeida foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e reitor da universidade que leva o sobrenome de sua família, uma das mais tradicionais do Rio, tendo sido seu bisavô senador no Império.
Candido Mendes de Almeida era casado, desde 2015, com a médica, professora e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcolmo, que estava no Recife nesta semana lançando seu livro "Um Tempo para não Esquecer - A Visão da Ciência no Enfrentamento da Pandemia do Coronavírus e o Futuro da Saúde". Ela tem sido uma das importantes vozes da ciência desde o início da crise de saúde.
Candido Mendes de Almeida faleceu devido a uma embolia pulmonar.
Na ABL
Cândido Mendes de Almeida tomou posse na ABL em 1990 e era um dos membros mais longevos da instituição. Bom articulador, ele trafegou entre gente de diferentes espectros políticos, tendo conseguido juntar o cardeal D. Paulo Evaristo Arns e o general Golbery do Couto e Silva em uma reunião em 1974 para falar sobre as torturas realizadas pelos militares.
O acadêmico também era dono de vários títulos, como o de Docteur Honoris Causa (Université de Paris III - Sorbonne Nouvelle) e o de Doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, Universidade do Brasil.
Entre os livros que lançou estão "Nacionalismo e Desenvolvimento" (1963); "O País da Paciência" (2000); "Subcultura e Mudança: Por que me Envergonho do meu País" (2010) e "A Razão Armada" (2012).