O cantor, compositor, instrumentista e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil tomou posse, nesta sexta-feira (20), da Cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro.
"Entre tantas honrarias que a vida generosamente me proporcionou, essa tem para mim uma dimensão especial, não só porque aqui é a casa de Machado de Assis, um escritor universal, afrodescendente como eu, mas também porque a ABL, fundada em 20 de julho de 1897, representa mesmo para quem a critica a instância maior que legitima e consagra de forma perene a atividade de um escritor ou criador de cultura em nosso país", disse em seu discurso.
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Gilberto Gil foi eleito para a Academia em novembro do ano passado, com 21 dos 34 votos possíveis.
"Tenho uma passagem pelo mundo institucional da cultura, como secretário de Cultura de Salvador, ministro da Cultura do País", falou à Folha de S. Paulo, à época em que foi eleito, após ter se candidatado, justificando sua entrada na casa embora não tenha livro publicado.
"Uma obra que tem lá seus méritos, seus valores, e um certo dinamismo, uma capacidade empreendedora mínima", acrescentou o artista baiano sobre sua trajetória na área.
"A Academia precisa disso, especialmente depois desse momento maior de paralisação. Precisa ter agora um dinamismo. Eu ofereço isso, o que já me caracteriza. Não posso chegar à Academia sem ser quem eu sou, deixando de ser quem eu sou", continuou Gil se referindo a uma necessária renovação.
O fardão que usou, traje dos imortais da ABL, foi comparado pelos seguidores do artista nas redes sociais ao figurino que ele vestiu para a foto que estampa a capa do seu disco homônimo lançado em 1968.