Com AFP
Com estreia prevista para este mês, o documentário "Eles Poderiam Estar Vivos", do cineasta Gabriel Mesquita, denuncia descaso do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) no enfrentamento à pandemia de covid-19.
"O documentário mostrará que o País poderia ter sido referência no combate à covid-19, mas a estratégia do governo federal de imunidade de rebanho por contágio nos levou a quase 700 mil mortes", diz o texto que acompanha a divulgação do trailer.
O trabalho foi realizado por meio de uma campanha de financiamento coletivo e reúne depoimentos de médicos, familiares de vítimas da covid e políticos como o ex-governador de São Paulo Joao Doria (PSDB) e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Omar Aziz (PSD), que integraram a CPI da Covid.
A estreia de "Eles Poderiam Estar Vivos" está marcada para o dia 22 de setembro.
Bolsonaro diz se arrepender de falas na pandemia
Bolsonaro disse que lamenta por algumas de suas duras declarações sobre a pandemia de covid-19, em um raro pedido de desculpas em plena campanha, a três semanas do primeiro turno da eleição em que tentará um segundo mandato.
Durante uma entrevista de mais de quatro horas para podcasts evangélicos na noite de segunda-feira (12), o chefe de Estado declarou que deu "uma aloprada" quando afirmou "não sou coveiro", ao ser questionado em 2020 pelo número de mortes por covid.
"Sou ser humano, lamento o que eu falei, não falaria de novo", insistiu o presidente, em resposta a uma pergunta de Felipe Vilela, um rapper evangélico que disse ter ficado "triste" com as falas do presidente, um dia após a morte de seu sogro.
Bolsonaro também disse que se arrepende de ter mandado aqueles que lhe pediam para comprar vacinas contra a covid-19 "na casa de sua mãe", em 2021.
O Brasil foi o segundo país mais castigado do mundo pela pandemia em números oficiais, com mais de 600 mil mortos.
"Sou ser humano, lamento o que eu falei, não falaria de novo. Você pode ver que de um ano para cá, meu comportamento mudou", disse.
No entanto, Bolsonaro não se retratou do comentário no qual os vacinados poderiam se transformar em "jacaré", argumentando que foi "uma figura de linguagem".