Com AFP
Gal Costa, lenda da música brasileira, morreu aos 77 anos, nesta quarta-feira (9).
O velório será nesta sexta-feira (11), aberto ao público, na Assembleia Legislativa de São Paulo, entre as 9h e 15h.
O enterro será fechado, apenas para amigos e familiares.
A cantora faleceu em sua casa, em São Paulo, informou a assessoria de imprensa. A causa da morte de Gal Costa ainda não foi divulgada.
Gal Costa teve que cancelar um show no festival Primavera Sound, em São Paulo, no último final de semana, após passar por uma cirurgia em setembro para remover um nódulo na cavidade nasal. Ela estava se recuperando.
Relembre a carreira de Gal Costa
Nascida em Salvador, Bahia, e reconhecida por sua voz única, Gal Costa foi uma das principais figuras do movimento tropicalista no final dos anos 1960, ao lado de cantores lendários como Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Entre suas interpretações mais populares estão "Baby", "Que pena", "Quando você olha para ela", "Chuva de prata" e "Divino maravilhoso", incluídas nos mais de 30 discos que lançou.
Na adolescência conheceu figuras em Salvador (Bahia) que marcariam sua trajetória: Veloso, a irmã dele, Maria Bethânia - outra voz brasileira histórica - e Gilberto Gil, com quem seguiu para o Rio de Janeiro nos anos 60 para cultivar sua carreira.
GAL COSTA: Último show em Pernambuco completo
Em 1967, lançou seu primeiro LP, "Domingo", com Caetano e no ano seguinte os dois juntaram-se a Tom Zé, Gil e ao grupo Os Mutantes, entre outros, para o disco "Tropicália ou Panis et Circensis", ponto de partida do movimento tropicalista, que misturava samba, bossa nova, jazz e rock psicodélico com uma encenação experimental que contrastava com a formalidade da bossa nova.
Depois do tropicalismo, Gal passou por diferentes fases, desde a interpretação dos sambas mais populares do carnaval passando pelo rock'n'roll, soul, disco até dezenas de canções para as famosas telenovelas.
Na pandemia de coronavírus, Gal celebrou seus 75 anos com um show transmitido pela Internet e a TV e gravou à distância o disco "Nenhuma Dor", no qual revisitou seus maiores sucessos junto a uma nova geração de compositores como Zeca Veloso (filho de Caetano), Tim Bernardes, Seu Jorge e o uruguaio Jorge Drexler.
Ganhadora do Grammy Latino à Excelência Musical em 2011, Gal sempre foi politicamente comprometida, mas discreta.
Reivindicou o feminismo e repudiou as políticas no setor cultural do governo de Jair Bolsonaro.
Gal Costa deixa um único filho, Gabriel
Gal Costa administrou sua vida privada longe das câmeras, por isso surpreendeu quando publicou em 2021 em suas redes sociais uma foto de seu filho adotivo Gabriel para parabenizá-lo pelos seus 16 anos.
Gal Costa revelou que não conseguiu engravidar devido a uma obstrução nas trompas, mas em 2007 - quando tinha mais de 60 anos - decidiu adotar seu filho.
"Ele me deu muita energia, ele me rejuvenesceu", afirmou.