Uma das obras mais conhecidas de Andy Warhol (1928 - 1987), a serigrafia "Shot Sage Blue Marilyn" quebrou o recorde de obra do século 20 mais cara já vendida em leilão, atingido a cifra de US$ 195 milhões - o preço estimado era de US$ 200 milhões.
A tela superou "As Mulheres de Argel", do pintor espanhol Pablo Picasso, que foi vendida por 179,4 milhões de dólares.
O leilão foi realizado pela Fundação Thomas e Doris Ammann, com sede em Zurique, na Suíça. A tela é um retrato da lenda de Hollywood Marilyn Monroe, pintado com cores vivas de amarelo, azul, rosa e vermelho.
A casa de leilões Christie's, que detinha o quadro, havia estimado o valor da venda em US$ 200 milhões O quadro, entretanto, foi arrematado por 170 milhões. Com inclusão das taxas, o preço final ficou em 195 milhões de dólares.
Andy Warhol foi um artista visionário, sendo fascinado pela cultura do consumo e a sociedade do espetáculo dos Estados Unidos naquela metade do século passado.
O valor de "Shot Sage Blue Marilyn" também iria quebrar o recorde do próprio Warhol: sua obra mais cara já leiloada foi "Silver car crash (Double Disaster)" (1963), adquirida por US$ 105,4 milhões em 2013, na Sotheby’s.
O aumento do valor é uma consequência da constante valorização e reconhecimento do legado do artista. Recentemente, por exemplo, sua vida foi alvo da série "Diários de Andy Warhol", lançada pela Netflix.
No texto de apresentação de "Shot Sage Blue Marilyn", o especialista em arte da Christie'es colocou a tela no mesmo patamar de obras primas como: "Nascimento de Vênus", de Botticelli, da "Mona Lisa", de Da Vinci.
"Ele experimentou em todas as mídias do seu tempo e não envelheceu. Warhol sabia buscar este tipo de encantamento pela beleza que é inerente ao ser humano. Sua Marilyn é um exemplo disso, é um dos retratos mais bonitos já pintados", diz o texto.
Para além da importância de Andy Warhol para a arte contemporânea, um fato curioso aumentou a mística em torno de "Shot Sage Blue Marilyn" e, consequentemente, de seu valor de mercado.
Em 1964, a artista performática Dorothy Podber entrou no ateliê do artista, sacou uma arma e deu tiros nas telas. Os furos foram fechados com tinta. Esse fato aumentou o encantamento sobre a obra.