O documentário Amigo Secreto, da diretora Maria Augusta Ramos, estreou na quinta-feira (16) trazendo de volta ao debate a operação Lava Jato, investigação do Ministério Público Federal, que teve à frente o ex-procurador da República no Paraná Deltan Dallagnol. Julgada pelo então magistrado Sergio Moro, o ex-presidente Lula foi seu principal alvo, e por isso não disputou as Eleições 2018.
A Lava Jato, embora tenha recuperado até dezembro cerca de R$ 6 bilhões para a Petrobras, foi liquefeita por Bolsonaro - que diz não haver mais corrupção no Brasil - e depois desceu ao subsolo da história, descredibilizada pela própria Justiça, com a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no julgamento de Lula, que ficou detido por 580 dias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O anulamento das sentenças aplicadas por Moro a Lula, em julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorreu após a "Vaza Jato", em que foram reveladas conversas no WhatsApp (no grupo Amigo Secreto, daí o nome do documentário) entre o então juiz, o então procurador Dallagnol e outros procuradores. Nos diálogos, eles combinam e articulam, mesmo nas posições de denunciadores e julgador, possíveis provas, testemunhos, datas e vazamentos de informações para a imprensa.
É pelo entorno dos fatos da Lava Jato e acompanhando jornalistas na checagem e publicação das informações contidas na "Vaza Jato" - quando começa uma mudança da narrativa sobre a operação, que passa de uma investigação exitosa para uma investigação sob suspeita -, que se movimenta a câmera do documentário Amigo Secreto.
No Recife, por ora, Amigo Secreto está em cartaz em sessões no Cinemark RioMar — desta sexta-feira (17) até quarta-feira (22), às 22h10.