Com coronavírus, comércio pela internet ganha ao menos 4 milhões de novos clientes

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), os consumidores compraram 30% mais na internet em abril na comparação com março
Da Redação com agências
Publicado em 05/05/2020 às 19:00
A receita do setor cresceu em torno de 42% durante a pandemia da doença Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens


Com lojas físicas fechadas e pessoas trabalhando em casa, o comércio eletrônico se tornou alternativa para muita gente durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), e ao menos 4 milhões de novos clientes chegaram ao e-commerce, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). Os dados da instituição mostram ainda que, impedidos de sair às ruas, os consumidores compraram 30% mais na internet em abril na comparação com março.

» Vai presentear sua mãe? Plataforma de compras RioMar Online pode te ajudar

A entidade estima que 80 mil novas lojas online tenham sido lançadas desde março, enquanto o número de clientes com ao menos uma compra pela internet cresceu em quase 1 milhão. Com isso, a receita do setor cresceu em torno de 42% durante o surto da doença, considerando o período de 17 de março a 14 de abril na comparação com o mesmo intervalo de 2019. A tendência fortalece as plataformas de gigantes do comércio on-line, mas acentua a crise enfrentada pelo varejo físico.

Até os mais resistentes às novas tecnologias estão se adaptando a este novo tempo. Segundo a Ebit Nielsen, empresa que faz mensuração e análise de dados, 31% dos consumidores do e-commerce brasileiro fizeram sua primeira compra durante a quarentena. Para o presidente da Abcomm, Maurício Salvador, o setor vai sair da crise com mais pessoas comprando pela internet. “Muitas passaram a fazer isso pela primeira vez devido ao isolamento e perderam o medo”, aponta ele, segundo quem, parte considerável do impulso vem de pequenos empreendedores que nunca pensaram em vender na rede.

De olho nisso e conhecendo a inviabilidade de se criar uma plataforma em tão pouco tempo, as grandes varejistas cujo faturamento hoje depende 100% do online, apostaram nos chamados marketplaces e abriram suas plataformas para que lojistas pequenos, muitos deles analógicos, pudessem vender sem gastar com frete e infraestrutura. A Magazine Luiza, que está com mais mil lojas fechadas, cobra uma comissão por venda. Desde que anunciou o programa Parceiro Magalu, em 31 de março, 16 mil empresas entraram. A B2W, controlada pelas Americanas, fez o mesmo, seguindo o objetivo de receber comissão do pequeno para ganhar mais capilaridade no longo prazo.

Segundo César Rissete, gerente de competitividade do Sebrae Nacional, o plano é “acelerar” 100 mil empresas com parcerias similares. Segundo ele, em 2018, só 27% das pequenas tinham página na internet, e as vendas on-line, eram mais raras. “Agora a tendência veio para ficar”, crava ele.

Já a ViaVarejo, dona das Casas Bahia, Extra.com e Ponto Frio, que depois de uma operação positiva na Black Friday tentava erguer a casa para ganhar mais relevância digital, colocou cerca de 20 mil vendedores, impedidos de ir às lojas, a vender no WhatsApp. Segundo a empresa, a abordagem é realizada por telefone ou por intermédio da rede social, dado que todas as lojas já possuem suas páginas no Facebook, utilizando o formato ClickToWhatsApp.

A Samsung também reforçou sua atuação na área digital em parceria com grandes redes de varejo. A empresa criou uma página chamada “Conecte-se à sua casa” e, para elevar as vendas, desenvolveu uma série de ações promocionais, com descontos de até R$ 2 mil na compra de itens como televisores, geladeira, lava e seca e ar-condicionado. Ao escolher os produtos, o cliente é direcionado para o e-commerce de uma das redes varejistas que participam da ação com a companhia.

Na rede Riachuelo, com as lojas fechadas, o comércio eletrônico se tornou o principal canal de vendas. Os pedidos pela rede triplicaram com a pandemia, segundo o diretor de Marketing da empresa, Elio Silva. Entre março e abril, o aplicativo da rede já foi baixado mais de 730 mil vezes.”Na quarentena, triplicamos as vendas”, afirma ela, frisando que, além disso, a varejista está com outras soluções, como venda por WhatsApp e drive-thru em algumas lojas, especialmente para o próximo domingo (10).

Pequenos investem no comércio online

Além das grandes marcas, são vários os micro e pequenos empreendimentos que estão sobrevivendo graças ao impulso on-line e apostam em datas como o Dia das Mães para expandir os negócios. Localizada no Bairro Novo, em Olinda, no Grande Recife, a padaria NusaDeli Delicatessen recebe, com até 24h de antecedência, pedidos de filhos que desejam presentear quem lhe deu a luz com cestas de café da manhã ou chá da tarde, que variam entre R$ 79,90 e R$ 249,90, com grande variedade de produtos. As encomendas devem ser feitas pelo WhatsApp (81) 9.8216.5595. A NusaDeli oferece até 15% de desconto para os sócios do JC Clube e entrega em domicílio.

Neste ano, com a impossibilidade de receber os clientes no segundo domingo de maio, A Vida é Bela Café, uma cafeteria do bairro da Várzea, Zona Oeste da capital pernambucana, preparou kits e bolos personalizados para serem dados como presentes às mães. O estabelecimento receberá os pedidos até a próxima quinta-feira (7) pelo WhatsApp (81) 9.9921.1239 ou pelo perfil da cafeteria no Instagram (@avidaebela.cafe). “Começamos a receber pedidos pela internet e entregar em casa durante a pandemia, mas não vamos parar por aqui”, conta a empreendedora Isabele Almeida, 42 anos, afirmando que já se prepara para o dia dos namorados, em junho.

» Em tempos de coronavírus, comércio online é solução para presentes de Dia das Mães

Uma das lembrancinhas mais entregues às mães neste período, as flores não ficam de fora das vendas online. A readequação para nova realidade também está sendo vivenciada por Reyjane Batista, proprietária da Floricultura Maria Flor, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ela teve que reforçar o delivery e drive thru de flores com pedidos por meio da internet, no WhatsApp (81) 9.9995.2027 e Instagram @mariaflorboaviagem. “Nos adaptamos para continuar na ativa”, afirma ela.

Além das flores, perfumes sempre são bons presentes. Sabendo disso, a microempreendedora Amanda Cavalcanti preparou kits com fragrâncias para vender neste Dia das Mães. Ela encontrou em grupos do Facebook o espaço certo para anunciar seus produtos. No entanto, ela conta que também recebe pedidos via WhatsApp, pelo (81)9.8428.1695. “Também fazemos entregas a domicílio, e quem realiza o pagamento à vista, ganha 10% de desconto para presentear a mãe”, conta.

TAGS
E-COMMERCE CORONAVÍRUS COVID-19 Economia
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory