Vendas de milho verde abrem período junino na Ceasa com maior demanda e mais restrições

Embora tenha tido, em relação ao ano passado, uma oferta menor até o mês de junho em função da demanda, esta passou a aumentar no início do mês do São João
Manuela Figuerêdo
Publicado em 04/06/2020 às 11:41
Vendas de milho na Ceasa, nesta quinta-feira (4) Foto: Jailton Júnior


milho verde, que vem de diversas partes do interior de Pernambuco e representa a culinária e cultura junina no Estado, já está sendo comercializado no Pátio do Milho, no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), que será o ponto de encontro para quem vende e compra o alimento até o dia 30 de junho.

A partir do dia 15 até o dia 24 de junho, o funcionamento do Pátio do Milho será 24 horas, com reforço na segurança, limpeza e no aspecto logístico para atender a maior quantidade de público. Embora tenha tido, em relação a 2019, uma oferta menor até o mês de junho em função da demanda, esta passou a aumentar no início do mês do São João, mesmo com a pandemia do coronavírus, de acordo com dados do Ceasa.

Valores e números

Os dados fornecidos pelo Departamento Técnico do Ceasa mostram que, em comparação a 2020, desde janeiro até quarta-feira (3), foram comercializados 7.935.000 espigas, frente às 10.151.000 que foram vendidas no mesmo período em 2019, representando uma queda de 21,83% na oferta. De acordo com Paulo de Tarso, a queda da oferta observada neste período está relacionada com o arrefecimento da economia provocado pela pandemia do novo coronavírus.

Entretanto, com a chegada do período junino, o diretor garante já existir um aumento da oferta e da demanda. Diferentemente do período avaliado desde janeiro, o Ceasa contabiliza um aumento de 5% na demanda no começo de junho (1º a 3 de junho) em relação ao ano passado, mas os dados ainda são iniciais. As variações do valor da mão do milho entre 2019 e 2020, nessa mesma data (4 de junho), mostram um aumento de 20%, mas que é considerado normal. Nesta quinta-feira, a variação do preço de 50 espigas é de R$ 30 a R$ 35, na mesma data no ano passado, o valor foi entre R$ 25 e R$ 30.

O Centro garante que a qualidade e os preços permanecerão os mesmos. “Tudo é muito novo e não temos condições de prever como a comercialização ocorrerá este ano. Os produtores de milhos nos contam que a quantidade colocada à venda será a mesma ou até maior que a do ano passado. O preço também será o mesmo praticado em 2019”, afirma o diretor técnico-operacional, Paulo de Tarso.

Quanto ao montante do mês que, no ano passado foi de 13 milhões de espigas vendidas, a expectativa para esse ano é de pelo menos 12 milhões. “A venda menor que o ano passado acontece não pelo fato da produção. A produção está sendo muito boa, porque tiveram chuvas regulares nas regiões produtivas e os mananciais estão cheios. A venda menor acontece pelo consumo ser incerto em função da também da covid-19, já que não vão haver festas juninas e os hotéis estão com sua capacidade reduzida de operação, por exemplo”.

Sobre procedência do fornecimento em junho, no ano passado, 87% da safra foi produzida em solo pernambucano, enquanto 13% em solo potiguar. Já em 2020, 89% do milho vem de Pernambuco, ao passo que 11% vem do Rio Grande do Norte. Passira, Barra de Guabiraba, Gravatá, Ibimirim, Chã Grande, Inajá, Camoçim de São Félix, Pombos, Vitória de Santo Antão são algumas das cidades pernambucanas que fazem parte da produção que chega até ao Ceasa. Já no Rio Grande do Norte, a cidade de Açu é a responsável.

Medidas de higienização

Medidas e determinações serão tomadas para garantir a higienização da comercialização no Pátio do Milho, em virtude da pandemia do coronavírus, entre elas: os comerciantes devem obedecer o distanciamento regulamentar sugerido pelas autoridades sanitárias, serão distribuídas máscaras para os vendedores do milho verde, e pias serão instaladas para que todos possam realizar a higienização das mãos corretamente.

“São ações que contamos muito com a colaboração de todos. Intensificamos a fiscalização no Pátio do Milho durante esse período, mas a ajuda do produtor e dos clientes será fundamental. Ainda vivemos um momento delicado por conta do novo coronavírus, mas não vamos deixar que o alimento mais tradicional do São João falte na mesa do pernambucano”, comentou o presidente do Ceasa, Gustavo Melo.

Circulação de pessoas

Quanto à circulação de pessoas, o diretor também confirma um aumento gradativo após o fim do lockdown, que funcionou do dia 16 até o dia 31 de maio em cinco cidades pernambucanas, entre elas, Recife, Olinda, Jaboatão, Camaragibe e São Lourenço da Mata, endurecendo as medidas de isolamento social. Os dados preliminares avaliam um aumento de 6 a 10% no fluxo de pessoas no Centro de Abastecimento entre o dia 1º e 3 de junho.

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