Com a permissão para retomada das atividades em escritórios, com até 50% da capacidade, as imobiliárias voltam a abrir as portas em Pernambuco em busca do reequilíbrio do mercado. Com a pandemia, a percepção dos corretores é de que houve um arrefecimento da demanda em contraponto à manutenção da oferta de imóveis nos segmentos residencial e comercial, seja para aluguel ou venda. Atuando basicamente com atendimentos online, o segmento acompanhou uma queda de até 70% do volume de negócios durante o período de maior rigidez do isolamento social.
De acordo com o diretor de relações com órgãos de classe e outros órgãos do Secovi -PE, Elísio Cruz Jr, havia um estranhamento pela impossibilidade das atividades presenciais das imobiliárias, já que outros estados havia incluído o grupo nas primeiras etapas de reabertura e outros braços do setor, como a administração condominial demandou a continuidade da elaboração de folhas de pagamentos e serviços como compras condominiais.
“Passamos quase cem dias parados. Literalmente parados. Tentamos ir trabalhando da forma que pudesse. Muita gente se viu com salário reduzido por conta da pandemia, que estava pagando aluguel caro estava querendo reduzir por algo que valha e tinha dificuldade em fazer contato com os corretores, mesma coisa quem queria vender apartamento ou sala comercial. Acabamos ficando meio à parte do mercado”, avalia Cruz.
>>> Escritório na varanda e uso de tecnologia reforçam venda de imóveis em Pernambuco
De acordo com ele, os negócios online continuarão a ditar ritmo, mas as atividades presenciais dão a chance de imprimir velocidade a um ciclo mais próspero de novos negócios. “A queda foi devastante, na casa dos 70% do volume de negócios. Remotamente conseguimos fazer algumas coisas ainda, mas numa dificuldade tremenda. O que faz o mercado é a lei da procura e da oferta, na hora que a oferta permaneceu a mesma e a demanda diminuiu, o mercado sofreu. A tendência foi baixar o preço, e se há algo bom nisso, é que agora há várias oportunidades”, afirma o diretor do Secovi-PE.
Os números do mercado imobiliário refletem diretamente essa percepção. De acordo com o Índice FipeZap, que acompanha o comportamento do preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades, houve uma alta nominal de 0,18% em junho, ante avanço de 0,23% nos preços registrados no mês de maio. Individualmente, o Recife apresentou o maior recuo do preço médio entre as capitais pesquisadas, com queda de -1,38% no último mês. No semestre, enquanto o índice FipeZap acumula alta nominal de 1,11%, o Recife lidera o movimento de queda (-3,88 %).
>>> Presidente da Caixa admite possibilidade de prorrogar suspensão do pagamento da casa própria
O Índice de Velocidade de Vendas (IVV) mensurado em abril pela Fiepe apontou IVV de 3,3%, abaixo da média do ano (5,35%) e menor registrado para um mês de abril desde 2016 (2,3%). Enquanto a oferta total supera os 6 mil imóveis, os lançamentos tiveram redução de 91% em relação ao mês de abril de 2019, chegando à soma de apenas 21 lançamentos. Em abril de 2019, o m² médio por região poderia chegar a até R$ 10.446,94, no mesmo mês deste ano, o IVV já aponta redução para R$10.397,79.
As condições de juros baixos e a melhora dos preços são fatores que podem reaquecer a demanda. A Ademi-PE confia nisso e mantém para o mês de agosto a previsão do seu festival de imóveis, que poderá ser realizado no formato online.