BARES E RESTAURANTES

Abrasel-PE pressiona para volta de apresentações musicais em bares e restaurantes

Nesta quinta-feira (22), às 16h, o governo de Pernambuco deverá apresentar novidades sobre as medidas restritivas

Marília Banholzer
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Marília Banholzer
Publicado em 20/04/2021 às 18:17
YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
Bares e restaurante também pedem ampliação do horário de funcionamento - FOTO: YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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Às vésperas do governo de Pernambuco anunciar novas medidas sobre o plano de convivência com o coronavírus no Estado, a Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel-PE) volta a cobrar flexibilizações ao setor. Os principais pedidos da categoria são a autorização para a volta da música ao vivo nos estabelecimentos e a ampliação do horário de funcionamento.

A Abrasel-PE divulgou nesta terça-feira (20) que tais solicitações foram feitas a representantes do governo estadual durante reunião do Comitê Executivo do Movimento Pró-Pernambuco, que contou com a presença dos secretários Geraldo Júlio e Ana Paula Vilaça, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, além de empresários e entidades do setor.

Desde 1º de abril e até o dia 25 deste mês, Pernambuco está cumprindo medias restritivas que limitam o horário de funcionamento do setor de alimentação, como bares e restaurantes, das 5h às 20h durante a semana e das 9h às 17h aos finais de semana.  De acordo com o presidente da Abrasel-PE, André Araújo, existe a expectativa para que esta regra seja flexibilizada para o fechamento às 22h durante a semana.

Segundo o presidente da Abrasel-PE, o acréscimo de duas horas no limite de fechamento dos bares e restaurantes faz crescer consideravelmente o faturamento das empresas. "Temos uma pesquisa que mostra que 80% das contas são fechadas entre as 20h e as 22h. Então a pessoa sai do trabalho, chega no restaurante umas 19h e às 20h a casa já tem que estar fechada. Isso reduz muito o fluxo e prejudica o faturamento do setor que já está muito sacrificado", observa André Araújo.

Com relação às apresentações musicais, Araújo reforçou a necessidade do retorno desde que sejam em ambientes controlados, como os bares e restaurantes. “Mantendo-se o cumprimento rigoroso de todos os protocolos sanitários, não há motivos para adiar este retorno. Precisamos olhar para nossos parceiros de eventos que não tiveram sequer a oportunidade de um dia de trabalho”, explica. A Abrasel-PE revela, inclusive, que a presença de músicos em bares e restaurantes faz crescer em 40% do faturamento do dia. Pernambuco conta hoje com cerca de 5 mil músicos registrados, sendo que cerca de 2 mil atuam, especificamente, no Grande Recife.

As apresentações musicais em bares e restaurantes foram suspensas ainda em janeiro deste ano após piora no número de casos da covid-19 no Estado. Em coletiva de imprensa virtual, o secretário de Saúde, André Longo, anunciou que estava proibido por pelo menos 30 dias a utilização de som, ao vivo ou mecânico, em bares, restaurantes, praias, boates e em qualquer outro local que pudesse provocar aglomerações de pessoas.

De acordo com os números apresentados na reunião, apesar de Pernambuco ainda registrar uma ocupação de 96% dos leitos de UTI’s, os últimos dias registraram a maior queda estadual no número de óbitos e não há motivos para crer num retrocesso da situação. Nesta quinta-feira (22), às 16h, o governo de Pernambuco deverá apresentar novidades sobre as medidas restritivas durante uma coletiva de imprensa.

"Acreditamos que o governo acertou ao ampliar o número de leitos no período mais crítico, mas com a redução do registro de óbitos, com muita responsabilidade, vemos como possível a flexibilização para o setor de bares e restaurantes, que vem cumprindo rigorosamente os protocolos sanitários que já são conhecidos, como uso de máscara, disponibilização de álcool em gel, distanciamento entre as mesas, controle no número de clientes", ressalta André Araújo.

A principal preocupação da Abrasel-PE com relação às medidas restritivas é o acentuado fechamento de estabelecimentos no primeiro trimestre de 2021. De acordo com a entidade, de março a dezembro de 2020 o setor perdeu 25% das empresas. Mas em apenas três meses, este número saltou para 40%, ou seja, 15% apenas em um trimestre. "Estabelecimentos que vinham se sustentando no ano passado já não aguentam mais. O fluxo de caixa está desidratando muito rápido. Quem aguentou até agora pode não resistir mais um ou dois meses", analisa o presidente da Abrasel-PE.

Antes da pandemia da covid-19 Pernambuco contava com 17.300 bares e restaurantes, que empregavam diretamente mais de 85 mil pessoas. Se abranger cafés, empórios e outros tipos de estabelecimentos de alimentação fora do lar o número pode superar os 25 mil empreendimentos.

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