COMÉRCIO

No Recife, as poucas barracas com vendas de artefatos juninos anunciam chegada de mais um São João em pandemia

Apesar de serem tradicionalmente celebrados no interior, o Recife também sente a falta dos festejos juninos, já que era só o mês de junho se aproximar para as principais avenidas da capital se encherem de pontos de vendas com artigos do período

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Katarina Moraes

Publicado em 22/06/2021 às 15:36 | Atualizado em 22/06/2021 às 15:39
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Assim como aconteceu no último ano, em 2021 o forró pé de serra também será calado nos principais polos festivos do São João de Pernambuco. Estes, continuarão vazios da alegria da multidão, em decorrência da emergência sanitária causada pela covid-19. Apesar de serem tradicionalmente celebrados no interior, o Recife também sente a falta dos festejos juninos, já que era só o mês de junho se aproximar para as principais avenidas da capital se encherem de pontos de vendas de balões, estampas e artigos que fazem parte da mais nordestina das festas.

Nesta terça-feira (22), dois dias antes do feriado junino, o JC identificou apenas duas barracas que comercializavam mercadorias de São João ao percorrer a Avenida Beira Rio, que vai do bairro da Madalena até a Torre, na Zona Oeste da cidade. Apesar disso, as vendas não paravam de acontecer no ponto onde a vendedora Marisa Maldonado, 42 anos, estava, próximo à Academia da Cidade. “As pessoas estão procurando muito. O que mais procuram é fogos para crianças. É difícil reclamarem dos valores, mas estão 'pechinchando' demais.”

O graduando em direito Silvio Bezerra, de 49 anos, lembra que a concorrência de barracas está bem inferior à que era vista antes da pandemia. “[Há] poucas barracas típicas tanto de roupas, quanto de fogos de artifício principalmente na região Norte, onde anos anteriores à pandemia eram vastas”, relata.

Ele foi até o comércio comprar “traque de massa”, também conhecido como “estalinhos”, para as filhas de 5 e 6 anos, assim como o professor Bruno Fernandes, 36, que também notou a queda na quantidade de barracas. “Tem menos [pontos], mas são os mesmos do ano passado. Vim buscar traque de massa e artigos infantis”, diz. O docente também afirma ter percebido uma alta nos preços em relação ao visto há poucas semanas, mas que “faz sentido, porque [a festa] está se aproximando e liberou tudo".

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SÃO JOÃO - Na foto: Adson Bonfim, 28, propietário do ponto - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO -Marisa Maldonado, 42 anos, funcionária do ponto - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO - Bruno Fernandes, 36, professor - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO - Flávia Brito, 44, enfermeira - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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Comércio de itens juninos na Avenida Beira Rio, na Zona Oeste do Recife - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO - Na foto: Silvio Bezerra, 49, graduando em direito - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO - Na foto: Ana Tereza Silveira, 58, aposentada - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM
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SÃO JOÃO - Comércio de itens junInos na Avenida Beira Rio - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM

A “liberação” a que o cliente se refere é em relação ao afrouxamento das restrições sociais e econômicas em Pernambuco, que começou a valer nessa segunda-feira (21) e vão até o dia 4 de julho - contemplando, assim, o período de São João. Entre as mudanças, estão a retomada parcial de academias, bares, restaurantes, praias, escolas, universidades, entre outros, inclusive nos finais de semana. Eventos corporativos estarão permitidos, com ressalvas, mas eventos sociais e culturais seguem vedados.

O proprietário de uma barraca de artigos juninos após a Ponte da Torre, ainda na Avenida Beira Rio, Adson Bonfim, 28, diz que a flexibilização atraiu mais clientes em relação a 2020. “As vendas deste ano estão melhores do que as do ano passado, quando a gente não pôde botar as barracas, no foco da pandemia. Neste ano, as pessoas perderam mais o medo, e [o movimento] está bem melhor."

Segundo o comerciante, os clientes reclamam dos preços, que segundo ele estão mais altos devido à pouca produção de produtos. “Não consegui manter os fogos no mesmo preço, porque há dois anos não se fabrica. Então, quem tem fogos, vende carro, e a gente tem que passar para o cliente”, afirma.

A aposentada Ana Tereza Silveira, 58, também notou a diminuição na quantidade de barracas e considera que os preços são similares aos do ano retrasado. “Não houve aumento, até porque a demanda está menor. As pessoas não estão fazendo festas, e eles seguraram um pouco os preços. Vim atrás de fogos de efeito para meus filhos, adolescentes e adultos, que se interessam mais por coisas que fazem efeitos visuais”, conta.

Uma dificuldade também encontrada pela enfermeira Flávia Brito, 44. “Eu vim procurar camisa xadrez infantil e fogos para criança. Estou sentindo bastante dificuldade, porque as barraquinhas que antes tinham [os artigos] à venda, agora não têm. Essa foi a única que vi [referindo-se à próxima à Academia da Cidade, na Avenida Beira Rio]. Os preços estão até mantidos até por ter pouca opção e pelas pessoas estarem comprando pouco. A dificuldade é realmente encontrar os artigos e os pontos.”

O Procurador-Geral de Justiça de Pernambuco, Paulo Augusto Freitas, alertou nessa segunda-feira (21) sobre a continuidade da recomendação de 2020 pela proibição do “acendimento de fogueiras e da queima e a comercialização de fogos de artifício, enquanto perdurar a situação de calamidade pública”. Cidades como Recife, Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, e Araçoiaba, na Região Metropolitana do Recife, e Carpina, na Zona da Mata, já anunciaram que vão seguir a recomendação.

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