A conta de energia vai ficar mais cara em julho, entenda por que

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está analisando o custo da bandeira vermelha no patamar 2 que ficará mais alta em julho. Atualmente, é cobrado R$ 6,24 para cada 100 kWh consumidos
Angela Fernanda Belfort
Publicado em 21/06/2021 às 13:29
LEILÃO Empresas vencedoras terão que cumprir exigências de infraestrutura, como construir rede do governo Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL


A taxa extra cobrada na conta de luz, a bandeira vermelha no patamar 2, deve subir mais de 60% em julho, segundo informações de O Globo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está calculando quanto o consumidor vai pagar a mais. O anúncio com o novo valor deve ocorrer até o final deste mês. Atualmente, o usuário está pagando a bandeira vermelho no patamar 2 que traz uma cobrança extra de R$ 6,24 por cada 100 quilowatts-hora consumidos. A expectativa é que esta taxa fique em R$ 10.

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A cobrança extra está sendo feita para bancar os custos das termelétricas que estão produzindo mais energia devido à seca que atingiu os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste que armazenam 70% da água que pode ser usada para gerar energia no Brasil. Inicialmente, os técnicos do governo acharam que só a cobrança no patamar 2 seria suficiente, mas a situação dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste está muito crítica. É a pior seca naquela região dos últimos 90 anos. 

Segundo os consultores do setor elétrico, os custos gerados com a produção de mais energia das térmicas só seria coberto, caso fosse cobrada uma taxa extra de R$ 12 para cada 100 kWh consumidos. A bandeira vermelha no patamar mais alto deve ser cobrada até novembro, quando começa o período chuvoso que abastece os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste.

O ruim é que se a cobrança extra não cobrir os custos das térmicas, o reajuste do preço da tarifa de energia, que ocorre anualmente, poderá ser maior em 2022 para pagar esse custo extra. Quando a energia aumenta há um crescimento generalizado dos preços, que é a inflação, e corrói o poder aquisitivo da população. 

Nas estiagens da década passada, em alguns anos, o reajuste da conta de energia foi maior para bancar a operação das térmicas. Para os consultores do setor, não é só a falta de chuvas que provoca esta situação, mas principalmente a falta de planejamento no médio e longo prazo do setor elétrico que deveria ter sido feita por várias gestões que passaram pelo governo federal. 

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