A Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou a maior inflação do País, dentre as 16 localidades pesquisadas pelo IBGE, no mês de junho. A capital pernambucana teve um avanço de 0,92% no índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado, chegando ao maior índice já registrado em 2021. O percentual foi inclusive maior do que a média registrada no País (0,53%).
- Gasolina subiu 5,6 vezes mais que a inflação do período e o etanol 6,2 vezes
- Pressionada pela bandeira vermelha na conta de luz, inflação no Grande Recife tem alta de 0,76% em maio
- Com alta da conta de luz e da gasolina, prévia da inflação no Grande Recife sobe pelo segundo mês seguido
- Puxada pela alta da energia, inflação fica em 0,53% em junho. Grande Recife tem maior índice do país
No acumulado do semestre, a RMR teve inflação de 4,13%, empatando com Salvador em nono
lugar entre as regiões metropolitanas e capitais que fazem parte do levantamento. Esse percentual também está acima da média brasileira, de 3,77%, segundo o IBGE.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA do Grande Recife teve aumento de 8,81%, novamente superior ao do Brasil (8,35%).
De acordo com a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, No Grande Recife há um somatório de questões que colocam a região na dianteira da inflação.
"Temos aqui um conjunto das duas coisas: aumento do grupo de alimentação, não muito diferente do que já vinha sendo ao longo dos últimos meses, e das commodities, como combustível aumentando bem mais, e a energia elétrica com a bandeira vermelha", explica.
Segundo Estelita, embora o valor pago do auxílio emergencial tenha reduzido desde o ano passado, a manutenção do pagamento ainda tem o potencial de incrementar o consumo no Nordeste, pressionando ainda sobretudo grupos como o da alimentação, que agora passam a ter sua alta ofuscada por um crescimento ainda maior de outros itens, sobretudo combustíveis e energia.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, todos tiveram alta, apenas os segmentos de Educação (0,03%) e Comunicação (0,01%) avançaram pouco, mantendo a estabilidade.
O maior aumento, de 1,9%, ocorreu no setor de Transportes, pressionado pela alta de 4,92% no preço da gasolina, o item com maior peso individual no IPCA. Essa também é a categoria com inflação mais elevada tanto no acumulado do ano (8,78%) quanto no acumulado dos últimos 12 meses (16,45%).
Em segundo lugar está Habitação, afetado pelo aumento de 2,78% no preço da energia elétrica residencial, que está com a bandeira vermelha em vigor e tem o segundo maior peso individual nos índices de inflação do Grande Recife. Na terceira posição, estão os Artigos de residência, com elevação de 1,25%, seguidos por Vestuário (0,97%), Alimentação e bebidas (0,69%), Saúde e cuidados pessoais (0,46%) e também Despesas pessoais (0,32%).
Mercadorias com maiores aumentos
Fígado 8,87%
Açúcar refinado 8,41%
Melão 7,72%
Melancia 6,67%
Queijo 6,23%.
Etanol 6,07%
Aves e ovos 4%
Gás de botijão 2,95%
Quedas
Transporte por aplicativo -36,84%
Batata inglesa -17,75%
Cebola -17,44%
Feijão macáçar -13,36%
Cenoura -12,07%