Uma parte dos resíduos que estão indo para o aterro sanitário de Caruaru está sendo transformado em energia e vai "atender" a mais de 1.100 unidades da empresa de telefonia Vivo no Estado, incluindo lojas, sites e antenas da empresa. Os resíduos orgânicos podem gerar energia elétrica e usá-los pra este fim é muito bom para o meio ambiente porque evita a emissão de gás metano, um dos que mais prejudicam a camada de ozônio da atmosfera.
Como se tem conhecimento, a emissão de gases do efeito estufa (como o carbono ou o metano) contribuem para o aquecimento global e todas as empresas e governos sérios estão preocupados com isso. Existem inclusive metas de redução das emissões pactuadas em acordos internacionais.
O projeto da Vivo é de geração distribuída e prevê a implantação de 75 usinas em todo o País, operando a partir de fontes solar, hídrica e biogás. Já foram implantadas duas a biogás, incluindo a de Pernambuco funciona na CTR Caruaru (o aterro sanitário daquele município), a 139 km do Recife. É a primeira usina de biogás da Vivo na região e a segunda destinada ao consumo da Vivo no País. "A nossa intenção é retirar um gás altamente nocivo ao meio ambiente, o metano, e convertê-lo ao meio ambiente. O C02 é 23 vezes menos nocivo do que o metano", explica a gerente de Energia e Eficiência Energética da Vivo, Jussara Tassini.
Construída e operada pelo Grupo Gera, a usina de biogás de Caruaru tem capacidade de gerar 18.834 Megawatt-hora (MWh) por ano. A empresa está usando modelo de geração distribuída que prevê a produção de energia das usinas mais próximas aos pontos consumidores das empresas. Depois que a energia é gerada, é injetada na rede de distribuição da concessionária local, que no caso é a Celpe. Na geração distribuída, a produção de energia também é feita em pequenas usinas que podem ter a capacidade máxima instalada de 5 megawatts.
“A produção de energia renovável no modelo de geração distribuída traz benefícios econômicos, sociais e ambientais, pois contribui para minimizar perdas no sistema, alivia a carga da rede, evita impacto no meio ambiente e ainda incentiva o desenvolvimento local” revela o diretor de Patrimônio da Vivo, Caio Guimarães.
TRANSFORMAÇÃO
Mas como é que o lixo se transforma em biogás ? Primeiro, os resíduos orgânicos geram gases. Utilizando equipamentos específicos, ocorre a conversão da energia química do gás proveniente de aterros sanitários em energia mecânica, por meio de um processo controlado de combustão. Essa fonte ativa um gerador que produz energia elétrica, que é injetada na rede da Celpe.
No período de implantação da usina, foram gerados aproximadamente 83 empregos, entre diretos e indiretos. Na fase de operação, contará com 11 postos de trabalho.
Desde 2020, a Vivo realiza a expansão do modelo de geração distribuída, com fontes renováveis de origem solar, hídrica e de biogás para todo o Brasil. As 70 usinas que devem ser instaladas para atender a companhia ficarão em 23 Estados, além do Distrito Federal. Com a entrada em operação da usina de Caruaru, são 17 usinas dedicadas à Vivo em funcionamento. A expectativa é de que a maioria das usinas estejam em operação até o final de 2021.
Quando as 75 usinas estiverem em funcionamento, responderão por mais de 80% do seu consumo em baixa tensão, atendendo mais de 28 mil unidades da empresa. Além de contribuir com o meio ambiente por ser renovável e de baixo impacto, a medida deve gerar uma economia anual importante nos gastos com energia. Com todas as usinas operando, a Vivo produzirá cerca de 670 mil MWh/ano de energia, o suficiente para abastecer todo o consumo de uma cidade de até 300 mil habitantes.
A Vivo é a primeira empresa do setor no Brasil neutra em carbono e mantém um consumo de energia 100% renovável desde novembro de 2018. A empresa possui metas ambientais desde 2015 e nos últimos cinco anos, reduziu em 70% suas emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE).
As emissões que não podem ser evitadas são compensadas com a aquisição de créditos de carbono de projetos REDD+ na região da Amazônia. A maior parte do investimento é destinada ao projeto REDD+ Vale do Jarí, desenvolvido pela Fundação Jari e Biofílica S.A, que capacita os agricultores locais em técnicas sustentáveis de manejo e produção agroextrativista, promovendo o bem-estar das comunidades e tornando-as mantenedoras dos recursos florestais. A iniciativa monitora uma área total de 908 mil hectares frente a invasões ilegais e desmatamentos.