Após o cancelamento do evento que lançaria o novo Auxílio Brasil, no Palácio do Planalto, os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Cidadania, João Roma, estiveram com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir os detalhes do texto.
Após o encontro, os ministros retornaram ao Palácio do Planalto, onde uma nova reunião deve ser feita para ajustar o texto. "Estamos ajustando, queremos estar com isso ajustado até o final do dia", afirmou Ciro. Questionado sobre a possibilidade de anúncio ainda hoje, ele não deu certeza. "Não sei se anuncia ainda hoje, estamos ajustando", afirmou.
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A reunião da Câmara também contou com as presenças dos deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), relator da PEC dos precatórios, e Marcelo Aro (PP-MG), relator da medida provisória do Auxílio Brasil.
Como revelou o Broadcast, o desenho aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro prevê um auxílio de R$ 400 em média até o fim de 2022, sendo que R$ 100 ficariam fora do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação. A autorização para isso seria incluída na PEC dos precatórios - daí a presença de Motta na reunião.
A equipe econômica quer limitar o valor extrateto a R$ 30 bilhões. Questionado sobre essa cifra, o ministro João Roma disse que "não há valores definidos ainda". Como mostrou o Broadcast, há pressão dentro do governo e no Congresso para que o valor fora do limite de despesas seja ainda maior.
Roma disse ainda que era preciso conversar com o presidente da Câmara sobre os detalhes, uma vez que envolve mudanças na PEC. "Estamos chegando aos detalhes finais de uma composição que viabilize (o auxílio)", disse aos jornalistas ao deixar a Presidência da Câmara. "Pensamos em anunciar, mas não validamos ainda", afirmou.
Questionado sobre o valor de R$ 400, Roma disse que a suspensão do anúncio não é uma desistência. "Não é nada de desistir. Apenas não temos ainda os detalhes. Esses números ainda não estão validados", afirmou.
Na saída, o relator do Auxílio Brasil disse que estava indo ao Palácio do Planalto para nova reunião sobre o tema, mas não sabia dizer se o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, também participariam do encontro.
Crítico de um modelo com pagamento de auxílios temporários, Aro afirmou que esse não é o caminho para atender à camada mais vulnerável da população. "Houve uma mudança abrupta de ontem para hoje. Com essa mudança, ficou tudo em aberto", disse o deputado. Ele disse que vai conversar com Roma, com quem tem "um alinhamento bom". "Queremos que o beneficiário receba mais, mas de forma estruturante", afirmou.