Ainda não é o ideal. Mas num cenário que representa o retorno a níveis pré-pandemia, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) espera uma alta temporada com maior geração de empregos e e faturamento. Para o período do verão, quando intensificam-se as atividades turísticas no País, o setor deverá gerar 81,78 mil vagas de emprego, em meio a um faturamento de R$ 171,9 bilhões.
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O cenário posto para a alta temporada 2021-2022 é de avanço da vacinação, mantendo as flexibilizações e voltas dos turistas, embora haja o contraponto que é a carestia das atividades turísticas, pressionada por preços da energia e passagens aéreas, por exemplo.
"Embora, durante a primeira onda da pandemia de covid-19, os serviços turísticos tenham ficado mais baratos, apresentando reduções de 6,3% nas diárias de hotéis e pousadas e de 28,5% nas passagens aéreas, por exemplo, nos últimos meses, a retomada da demanda e, principalmente, a evolução de tarifas, como a energia elétrica, vêm pressionando praticamente todos os preços da economia", avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
A inflação do mês de outubro, medida pelo IBGE, não deixa mentir. No último mês, no Recife, por exemplo, o preço da passagem aérea saltou 47,5% (maior variação do País) e os pacotes turísticos ficaram 4,26% mais caros.
Mas ainda com a carestia, a expectativa é de maior procura em virtude do cenário de retração da pandemia da covid-19, com a manutenção e geração de postos de trabalho. Em 2020, por exemplo, ano em que as atividades turísticas amargaram retração de 36% no volume de receitas, a diferença entre o número de admissões (897,51 mil) e desligamentos (1,13 milhão) produziu um saldo negativo anual de 238,68 postos formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Por outro lado, entre janeiro e setembro de 2021, portanto, antes do início do período de contratações para a alta temporada, as empresas do setor já registram um saldo positivo de 167,53 mil vagas decorrentes da diferença entre 894,75 mil admissões e 727,22 mil desligamentos. Desde o arrefecimento da segunda onda da crise sanitária a partir de maio passado, já são 126,8 mil vagas criadas. E a expectativa é avançar, agora, com a abertura de mais vagas.
VAGAS
Caso a tendência permaneça, a expectativa da CNC é que o segmento contrate 478,1 mil trabalhadores formais entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, entre eles 81,7 mil voltados especificamente para atender à demanda da alta temporada, com vagas temporárias.
Tradicionalmente, o segmento que mais oferece vagas temporárias nessa época do ano é o de
bares e restaurantes. Para a temporada iniciada este ano, esse ramo deverá responder por 77,5% ou 63,40 mil vagas das oportunidades a serem criadas.
Outro ramo que costuma se destacar é o de hospedagem (hotéis, pousadas e similares), ofertando, historicamente, nesse período, a quase totalidade (97,2%) das suas vagas temporárias ao longo de doze meses. Para a alta temporada 2021/2022, esse segmento deverá responder por 13,8% (11,26 mil) do total de empregos criados no turismo.
Regionalmente, São Paulo (23,49 mil vagas), Rio de Janeiro (10,34 mil) e Minas Gerais (7,43 mil) deverão oferecer metade do total de vagas. Pernambuco está no bojo de estados que juntos correspondem a 16% dos postos a serem oferecidos.
Do ponto de vista das ocupações, os principais profissionais demandados pelo setor ao longo da próxima alta temporada deverão ser recepcionistas (14,49 mil vagas); cozinheiros e auxiliares (8,09 mil); camareiros (7,30 mil); garçons e auxiliares (4,76 mil) e auxiliares de lavanderia (7,76 mil).