Circulação de dinheiro em espécie cai em 2021 e PIX, cartões de crédito, débito e pré-pagos avançam

Pagamentos com PIX cresceram 5,4% entre setembro e outubro deste ano, totalizando R$ 584 bilhões
Adriana Guarda
Publicado em 27/12/2021 às 17:23
Novo Auxílio Emergencial liberado em junho; veja quem pode receber e calendário 2022 atualizado Foto: DIVULGAÇÃO/AEN.PR.GOV.BR


Independente da classe social, os pagamentos digitais estão avançando. Hoje, num tour pelo comércio de rua, é possível comprar uma pipoca, um pastel ou um brinquedo com o PIX. Os cartões de crédito, débito e pré-pagos também já foram incorporados como meios de pagamento. Por outro lado, o dinheiro em espécie vem pedendo cada vez mais espaço. A tendência se acentuou com a pandemia, porque ninguém queria se arriscar a tocar numa moeda que passa se mão em mão, e foi virando tendência. Junto com a queda do dinheiro também despencaram as operações de TED e DOC.

Estudo do Instituto Propague, em parceria com a área de Economic Research da Stone, aponta o avanço na digitalização dos meios de pagamento e a preferência dos brasileiros pelo uso de cartões, que totalizaram transações de R$ 689,7 bilhões no terceiro trimestre, consolidando-se como o meio de pagamento eletrônico mais utilizado no Brasil.

Mesmo com o crescimento expressivo do PIX, que já figura como o terceiro meio de pagamento mais utilizado no País, desconsiderando os pagamentos com papel moeda, as três modalidades (crédito, débito e pré-pago) cresceram de forma significativa ao longo terceiro trimestre de 2021. O arranjo crédito saiu de um total de pouco mais de R$ 371 bilhões em transações no segundo trimestre de 2021 para cerca de R$ 420 bilhões, um crescimento acima dos 13%. A modalidade débito, em uma mesma comparação, saiu do valor de R$ 217,6 bilhões para R$ 237,7 bilhões, representando um aumento superior a 9%. Já o cartão pré-pago apresentou o maior crescimento, com alta de 33%, chegando a um total de negóios no terceiro trimestre de quase R$ 32 bilhões.

"Outro ponto de destaque do estudo é que o brasileiro tem gastado cada vez mais com cartões e também tem feito cada vez mais compras com cartões de maneira não presencial e por aproximação’’, cita Bernardo Piquet, diretor do Instituto Propague. Os gastos não presenciais com cartões saltaram de pouco mais de R 135 bilhões no segundo trimestre 2021 para cerca de R$ 146,5 bilhões no 3º trimestre, um crescimento de 8,4%, já os pagamentos por aproximação apresentaram um crescimento de 67,2% entre o segundo e terceiro trimestre de 2021.

Pandemia acelerou digitalização

"O ano de 2020 evidenciou a importância da digitalização dos serviços financeiros, com a necessidade de transacionar digitalmente ou por aproximação devido às medidas de confinamento e distanciamento social impostas pela covid-19, e essa tendência vem se consolidando de forma acelerada”, diz Piquet.

Um ano após a implementação do PIX, a adesão segue crescendo, tendo subido cerca de 5,4% apenas entre setembro e outubro de 2021, atingindo um valor de cerca de R$ 584 bilhões em quase 1,2 bilhões de transações nesse período. O PIX também vem ganhando relevância não só nas transferências de recursos entre os usuários, mas como meio de pagamento usado pelo consumidor em estabelecimentos comerciais, que atingiram cerca de R$ 138,8 bilhões no terceiro trimestre de 2021, um crescimento de mais de 44% quando comparado ao segundo trimestre do mesmo ano.

"Os resultados apresentados no estudo evidenciam a consolidação de tendências no mercado brasileiro com os destaques da digitalização dos pagamentos. O surgimento do PIX trouxe enorme contribuição no processo de inclusão digital e financeira da população brasileira, contribuindo para ampliar o acesso às contas digitais e, consequentemente, de transações com cartões também. Esse é um processo que outros países já estão vivendo há mais tempo e que o cenário imposto pela pandemia acelerou no Brasil", completa Piquet.

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