Compesa corre para garantir universalização do saneamento básico em Pernambuco até 2033

Companhia comprova à agência de regulação capacidade financeira para atender o novo marco regulatório do saneamento no Brasil
Adriana Guarda
Publicado em 29/12/2021 às 17:26
Os dados da Rede COVID Esgotos, gerados a partir dos esgotos, porém tem o objetivo de servir como uma ferramenta auxiliar de vigilância epidemiológica da Covid-19. Foto: TOM CABRAL/DIVULGAÇÃO BRK


A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está correndo contra o tempo para garantir a universalização do saneamento no Estado até 2033, como prevê o novo Marco Regulatório do setor. Na segunda-feira (27), a empresa entregou à Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Pernambuco (Arpe) os documentos exigidos pelo decreto que criou o Marco Regulatório (10.710/21 de maio de 2021) para garantir o cumprimento das metas de universalização dos serviços de água e esgoto. No caso do acesso à água, a previsão é alcançar 99%; enquanto para o esgotamento sanitário, a previsão para 2033 é de 99%. 

BOBBY FABISAK/JC IMAGEM - Apesar de Porto de Galinhas ser considerada uma das praias mais belas do litoral do Brasil, existe uma periferia enorme no seu entorno, onde famílias vivem em moradias precárias, sem saneamento básico.

A documentação apresentada pela Compesa atesta a capacidade econômica da companhia e propõe um investimento de mais de R$ 20 bilhões para elaboração de projetos e execução de obras que atendam ao cumprimento das metas. Os estudos apresentados preveem, até 2026, a aplicação de R$ 7,4 bilhões na etapa inicial do pacote de obras, ou seja, 36% do montante de R$ 20,3 bilhões previsto até 2033. Dessa forma, será possível alcançar os primeiros índices de universalização em Pernambuco nos próximos cinco anos.

Para isso, a Compesa aprofundará, a partir de janeiro de 2022, o diálogo com os agentes financeiros para desenhar operações que permitam captar recursos para a execução do plano de investimentos. "O prazo de retorno da Arpe sobre a qualificação econômica da Companhia deve sair até março; no entanto, já no começo do ano, vamos aprofundar as negociações iniciadas com os bancos. Já temos cartas de financiabilidade que somam R$ 5 bilhões em créditos pré-aprovados e ainda estamos negociando novas operações de crédito de até R$ 2 bilhões. Isso demonstra o claro interesse dos agentes financeiros em serem financiadores desse pacote de investimento", explica o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Compesa, Ricardo Barreto.

De acordo com o diretor, esses recursos serão somados a aportes do Governo do Estado, sendo suficientes para o cumprimento da meta inicial. "Os primeiros cinco anos do Novo Marco serão voltados para a recuperação de sistemas de água e esgoto, ampliação e implementação de sistemas e combate ostensivo a perdas e execução de obras nas redes de distribuição. No mesmo compasso em que se darão as negociações para captação de recursos, a Companhia seguirá executando as grandes obras de infraestrutura hídrica e esgotamento sanitário, conforme determinação do governador Paulo Câmara e dos anúncios do Plano Retomada, que assegura investimentos por todo o Estado", destaca Barreto.

BOBBY FABISAK/JC IMAGEM - Apesar de Porto de Galinhas ser considerada uma das praias mais belas do litoral do Brasil, existe uma periferia enorme no seu entorno, onde famílias vivem em moradias precárias, sem saneamento básico.

Com a viabilidade econômica da Compesa assegurada, a Companhia terá condições de tocar as obras planejadas e cumprir todas as etapas do Marco do Saneamento. Para 2022, já dentro da previsão de investimentos para cumprimento da meta inicial, serão aplicados R$ 1,3 bilhão. "Temos grandes desafios pela frente, mas a Compesa se apresenta como uma das estatais mais preparadas no setor e com a expertise necessária para a realidade do Novo Marco Legal do Saneamento", assegura o diretor.

Em Pernambuco, da população de 9,5 milhões de habitantes, menos de 27% dos moradores urbanos têm acesso à coleta e tratamento de esgoto. No caso do serviço de água tratada, esse percentual sobe para 92,1%. Dos 184 municípios, 172 além do arquipélago de Fernando de Noronha têm os serviços operados pela Compesa, enquanto os 11 restantes operam com sistemas próprios.

 

 

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