gastos
Todos os nove grupos do IPCA tiveram alta de preços em fevereiro, afirma IBGE
As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (1,28%), Saúde e cuidados pessoais (0,47%), Habitação (0,54%), Artigos de residência (1,76%) Vestuário (0,88%), Transportes (0,46%), Despesas pessoais (0,64%), Comunicação (0,29%) e Educação (5,61%)
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 11/03/2022 às 12:31
| Atualizado em 14/03/2022 às 17:55
No mês de fevereiro, houve alta de preços em todos os nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 11.
As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (1,28%), Saúde e cuidados pessoais (0,47%), Habitação (0,54%), Artigos de residência (1,76%) Vestuário (0,88%), Transportes (0,46%), Despesas pessoais (0,64%), Comunicação (0,29%) e Educação (5,61%).
Entre os Artigos de residência, grupo com a segunda maior variação no mês, houve altas de eletrodomésticos e equipamentos (3,18%) e de mobiliário (2,43%), que contribuíram com 0,03 ponto porcentual cada um para a inflação. Nos últimos 12 meses, esses itens acumulam elevações de preços de 17,85% e 18,31%, respectivamente.
No mês de fevereiro, houve alta de preços em todas as 16 regiões que integram o IPCA. A taxa menos acentuada ocorreu na região metropolitana de Porto Alegre (0,43%), enquanto a mais elevada foi a do município de São Luís (1,33%).
Habitação
As famílias brasileiras gastaram 0,54% a mais com habitação em fevereiro, uma contribuição de 0,09 ponto porcentual para a taxa de 1,01% registrada pelo IPCA no mês. As maiores pressões partiram dos aumentos no aluguel residencial (0,98%) e condomínio (0,83%), com impactos de 0,04 ponto porcentual e 0,02 ponto porcentual, respectivamente.
A energia elétrica subiu 0,15%, após a queda de 1,07% observada em janeiro. Desde setembro, permanece em vigor a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta uma cobrança extra de R$ 14,20 à conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve reajustes ainda na taxa de água e esgoto (0,65%) e no gás encanado (0,45%).
Transportes
Já os gastos das famílias com transportes passaram de uma queda de 0,11% em janeiro para alta de 0,46% em fevereiro - um impacto de 0,10 ponto porcentual sobre a taxa de 1,01% registrada pelo IPCA. Os automóveis novos subiram 1,68% em fevereiro, o 18º mês consecutivo de altas. O item deu a segunda maior contribuição para a inflação do mês, 0,05 ponto porcentual. Os automóveis novos já acumulam uma alta de 22,94% desde setembro de 2020.
"A explicação por trás é exatamente a mesma (dos meses anteriores). O setor automotivo tem sido um dos mais impactados pelo desarranjo das cadeias produtivas que se iniciou com a pandemia. Teve uma alta muito grande no preço dos insumos", justificou Pedro Kislanov, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, lembrando que um movimento semelhante de altas nos preços ocorre nos automóveis usados e motocicletas.
Em fevereiro, os automóveis usados subiram 1,51%, e as motocicletas, 1,72%. Outros destaques foram as elevações em seguro voluntário de veículo (3,24%), conserto de automóvel (0,92%) e ônibus urbano (0,45%, devido aos reajustes nas passagens aplicados em capitais como Fortaleza, Recife, Campo Grande e Vitória). Houve aumentos também nos ônibus intermunicipais (0,38%) e interestaduais (1,36%). O táxi ficou 0,88% mais caro, como resultado do reajuste de 9,75% nas corridas no Rio de Janeiro.
Por outro lado, os combustíveis recuaram 0,92%, com queda pelo terceiro mês consecutivo. O etanol caiu 5,04%, e o preço da gasolina recuou 0,47%. O óleo diesel subiu 1,65% em fevereiro, e o gás veicular teve alta de 2,77%.
Difusão-
O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 73% em janeiro para 75% em fevereiro, segundo o IBGE. "O índice de difusão ficou igual ao de dezembro, que tinha sido o maior desde fevereiro de 2016", lembrou Pedro Kislanov.
A difusão de itens alimentícios estava em 74% em janeiro e assim permaneceu em fevereiro, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 73% para 75%. "A difusão dos alimentícios continua a mesma, e a dos não alimentícios aumentou", avaliou Kislanov.