Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a guerra na Ucrânia pressiona ainda mais os custos com o querosene de aviação em 2022. Após o preço médio do combustível dos aviões ter registrado alta de 91,9% em 2021, em comparação com 2020, a Petrobras anunciou um novo aumento em torno de 18% no preço do querosene de aviação dependendo da refinaria. No período de 1º de janeiro a 1º de abril, o valor do combustível dos aviões acumula alta de cerca de 38%, segundo dados da Petrobras.
“Esses dados mostram como o preço do querosene de aviação é um desafio permanente para as empresas aéreas e comprovam que esse combustível deveria ter tratamento de política pública, pois antes da pandemia transportávamos mais de 100 milhões de passageiros por ano. Agora, a guerra na Ucrânia acelerou a pressão sobre o valor do combustível, o que pode frear a retomada da operação aérea que estávamos observando a cada mês. Permanecemos firmes no setor enfrentando diariamente o Custo Brasil”, afirmou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
CUSTO
De acordo com a Abear, o combustível das aeronaves é o item de maior ineficiência econômica para as companhias aéreas brasileiras e responde por mais de um terço dos custos do setor, que por sua vez têm uma parcela de mais de 50% indexada ao dólar. A cotação da moeda norte-americana encerrou o ano passado no patamar de R$ 5,58, sendo que em meados de 2014 o valor estava em R$ 2,35.
A Abear reclama ainda que o Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o querosene de aviação, o ICMS. "As empresas estrangeiras, por sua vez, não pagam esse imposto para abastecer em território nacional. É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares", divulgou a Abear.