Com Estadão Conteúdo
A Petrobras anunciou, na manhã desta sexta-feira (17), uma nova alta nos preços dos combustíveis.
De acordo com a Petrobras, o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. Aumento de 5,18%. O último reajuste no valor da gasolina havia ocorrido em março.
Já o diesel passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro, uma alta de 14,26%. O produto não era reajustado desde 10 de maio. Os novos preços passam a vigorar neste sábado (18).
Mesmo elevando os preços, a Petrobras disse ser "sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos."
Conforme a estatal, levando em conta a mistura obrigatória para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da empresa no preço ao consumidor passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,96 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,15 por litro.
Em relação ao diesel, considerando a mistura obrigatória para a composição do produto comercializado nos postos de combustíveis, a parcela da empresa no preço ao consumidor passará de R$ 4,42, em média, para R$ 5,05 a cada litro vendido na bomba — variação de R$ 0,63.
Jair Bolsonaro critica Petrobras
O aumento foi autorizado pelo Conselho de Administração da Petrobras em reunião na quinta (16). Pressionado pela eleição deste ano, o presidente Jair Bolsonaro chegou a pedir que a empresa não reajustasse os valores e não fizesse "maldade com o povo". Mas não adiantou.
Pelo estatuto da estatal, um eventual prejuízo provocado pelo seu acionista controlador (União) tem que ser compensado, ou seja, para segurar os preços em relação ao mercado internacional, a União teria que pagar a diferença à Petrobras.
Nos últimos dias, outras autoridades ligadas a Bolsonaro vieram a público reclamar da estatal, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Porque a gasolina aumentou?
O aumento segue a escalada de preços do petróleo no mercado internacional. Nesta sexta-feira, os contratos da commodity para agosto eram comercializados a US$ 119,5 o barril no período da manhã, pelo horário de Brasília.
O câmbio também não está ajudando e já ultrapassa os R$ 5, com a cautela dos investidores impulsionando a moeda norte-americana.
Os reajustes refletem a disparada dos preços dos derivados no mercado internacional, seguindo a alta do petróleo e refletindo maior demanda e o fechamento de refinarias em meio à guerra entre a Rússia e Ucrânia.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), para alinhar o preço interno com o praticado no Golfo do México, de onde sai a maioria das cargas, o aumento deveria ser de R$ 0,57 para a gasolina e R$ 1,37 para o diesel, diante de defasagens de 13% e 21%,respectivamente.