Mesmo com o futebol parado há mais de um mês devido à pandemia do novo coronavírus, algumas atividades fora das quatro linhas seguem normalmente, como é o caso do balanço financeiro. No próximo dia 30 de abril, é a data original para as Federações Estaduais apresentarem as contas - esse prazo para a prestação de contas pode ser estendido por 90 dias. Em entrevista ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, admitiu que a entidade está com um passivo de R$ 9 milhões de reais no balanço financeiro.
"Na verdade, quando eu assumi a FPF ela apresentava ao longo dos anos anteriores uma captação de reservas de R$ 937 mil reais. Desses R$ 937 mil reais, tinha aportado a título de empréstimo ao Santa Cruz R$ 100 mil reais para a entrada da aquisição do CT do Ninho das Cobras. Na gestão de Paulo, que hoje é vice-presidente da Federação, tinha aportado R$ 100 mil reais ao Náutico. Ao Sport, não tinha aportado nenhum valor. Ao longo desses nove anos, nós transformamos esses R$ 753 mil reais em mais de R$ 10 milhões de reais em investimentos aos clubes", disse Evandro Carvalho.
"Hoje, a Federação tem uma média anual de uma receita de R$ 1 milhão, onde ela tem que fazer todo o custo operacional, desde o pagamento de luz e água até o pagamento de arbitragem. Além disso, aportou um pouco mais de R$ 10 milhões de reais aos clubes pernambucanos. Então, hoje, matematicamente, a gente pode dizer que a Federação tem um déficit de, teoricamente, R$ 9 milhões de reais, porque ela tem empréstimos de R$ 10 milhões e a receita da Federação só chega a R$ 1 milhão de reais", detalhou o presidente da FPF.
> Náutico: Edno Melo enxerga como necessário a volta do futebol com portões fechados
> Presidente da FPF garante que Pernambucano será realizado, mesmo que seja de portões fechados
> Médico do Sport quer protocolo pronto antes da liberação para treinos
No entanto, mesmo com esse passivo de R$ 9 milhões de reais, o presidente da FPF se mantém tranquilo e detalha como um programa da CBF está ajudando a entidade a minimizar esse débito. Além disso, comentou que não se arrepende de ter ajudado os clubes financeiramente, mesmo sendo chamado de irresponsável por outros dirigentes.
"O que nos mantém tranquilos e estáveis é que nós temos a participação em um programa da CBF chamado PAF, que é o programa de auxílio financeiro. Esse programa destina algo mais ou menos como R$ 70 mil reais por mês para as Federações. No caso da FPF, a Federação dentro desse modelo econômico financeiro de empréstimos, nós temos mais de dez anos comprometidos dessa receita, porque nós temos ao longo de uma década tentar reduzir ou quitar esse passivo que nós fizemos para ajudar os clubes", comentou Evandro.
"Eu fiz muito consciente e muito tranquilo porque eu sempre achei que a Federação não fosse instituição bancária. Apesar de muitos me chamarem discordarem de mim e até alguns me chamarem de irresponsável por aportar dinheiro para os clubes, mas eu entendo que essa é a finalidade da Federação. A Federação existe como um socorro para os clubes. Nós passamos momentos difíceis com os rebaixamentos de Sport, Santa Cruz e Náutico, mas graças a Deus o Náutico e o Sport conseguiram ascender. Vamos seguir nesse caminho para retomar nossas vagas na Série A e B", finalizou o presidente da FPF.