Aos 60 anos, morre Diego Armando Maradona

Um dos maiores de todos os tempos, Maradona sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu
Marcos Leandro
Publicado em 25/11/2020 às 13:30
Maradona segue recebendo homenagens e pode estampar nota de 1.000 pesos argentinos Foto: Reprodução/Twitter


O mundo do futebol sofreu uma grande perda. Aos 60 anos, o ex-jogador Diego Armando Maradona faleceu. Segundo o jornal Clarín, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu. O craque estava em casa desde que recebeu alta após uma recente cirurgia na cabeça.

Uma notícia que comove o mundo inteiro, sobretudo a Argentina. Aos 60 anos, Maradona se vai como um dos maiores da história do futebol. Seu legado transcendeu as fronteiras e o craque fez história também na Europa com a camisa do Napoli, além de ter sido o capitão que deu a Argentina o último título da Copa do Mundo, em 1986, com atuações incríveis. Veja alguns lances geniais de Maradona, em vídeo produzido pelo canal de streaming Danz. 

Diego Maradona foi um garoto pobre de Buenos Aires que se tornou um lendário jogador de futebol. Na sua vida e também na carreira, afundou e renasceu várias vezes para transcender o universo da bola. Nascido em 30 de outubro de 1960, viveu a infância em Villa Fiorito, um bairro muito pobre da periferia da capital argentina, onde começou a se destacar por sua habilidade com a bola nos pés.

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Diego deu os primeiros passos nas divisões de base do Argentinos Juniors, clube pelo qual estreou na Primeira Divisão aos 15 anos, em 20 de outubro de 1976. Seguiu para o Boca Juniors (1981-1982), onde conquistou um campeonato nacional. Transferido para o Barcelona (1982-1984), ele foi contratado em seguida pelo italiano Napoli (1984-1991), onde virou ídolo. Elevou o time do Sul da Itália às potências Milan e Juventus, ganhando, inclusive, dois scudettos (títulos do Campeonato Italiano em 1987 e 1990). Ganhou ainda a Copa da Uefa (hoje Liga Europa) em 1989. Jogou 259 partidas pelo Napoli e marcou 115 gols.

Mas em 17 de março de 1991, seu vício em cocaína custou-lhe a primeira suspensão de 15 meses. Voltou aos gramados atuando pelo espanhol Sevilla (1992-1993) e de lá retornou à Argentina para uma breve passagem pelo Newell's Old Boys em 1993. Depois da Copa do Mundo de 1994 e da segunda sanção, vestiu mais uma vez a camisa do Boca, onde deixou os gramados em 25 de outubro de 1997, cinco dias antes de seu 37º aniversário.

Numa despedida memorável em 2001, dentro do estádio La Bombonera lotado, Maradona falou sobre seus vícios: "Errei e paguei, mas o que fiz em campo não se apagou". Maradona disputou 676 partidas e marcou 345 gols em 21 anos de carreira, entre a seleção e clubes.

SAÚDE FRÁGIL

O coágulo na região subdural (entre o crânio e o cérebro) foi o mais novo capítulo de um longo histórico de problemas de saúde enfrentados por Maradona. Ele tem uma série de passagens de emergência por hospitais, seja por overdose ou por hepatite.

O argentino teve o primeiro grande susto em janeiro de 2000. Maradona estava hospedado em um resort de luxo em Punta del Este, no Uruguai, quando teve uma overdose de cocaína, sofreu uma crise de hipertensão e foi levado às pressas a um hospital.

Após se recuperar do susto, Maradona começou a luta contra a dependência química e se mudou para Cuba, onde frequentou uma clínica. Anos depois, em 2004, chegou a ficar em coma após se apresentar em um hospital de Buenos Aires com problemas cardíacos e respiratórios. Logo depois de ter alta, o ex-jogador decidiu realizar uma cirurgia bariátrica para conseguir emagrecer.

Em março de 2005, o argentino foi operado na Colômbia. Pesava cerca de 130kg e conseguiu perder 50kg. Porém, voltou a ter novos problemas de saúde dois anos depois. No primeiro semestre de 2007 foi a vez de uma hepatite levá-lo de volta ao hospital. Após a cocaína e o excesso de peso, o consumo de álcool era o vilão do momento.

Maradona decidiu logo depois fazer um tratamento psiquiátrico para combater o alcoolismo. Em maio de 2007, declarou que havia conseguido parar de beber e havia interrompido o uso de drogas.

Depois de mais de uma década longe dos graves problemas, Maradona cuidava bastante das articulações, em especial do joelho esquerdo. O argentino passou a caminhar com dificuldade e evitava ficar muito tempo de pé para não sentir mais dores. Nos trabalhos mais recentes como treinador, na maior parte do tempo via os jogos sentado em uma cadeira colocada à beira do gramado

Um novo susto veio em janeiro de 2019. Maradona teve um sangramento estomacal causado por uma hérnia e foi submetido a nova cirurgia em Buenos Aires. Meses depois, em julho, o argentino foi operado de novo, mas dessa vez para colocar uma prótese no joelho direito, que não tinha mais cartilagem.

Em 2020, ele retomou um plano rígido de exercícios físicos e de alimentação regrada. Chegou a emagrecer 11kg.


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