Da Redação, com AFP
O drama passado por Simone Biles na Olimpíada de Tóquio - a ginasta, maior estrela da competição, desistiu de participar da final individual -, sensibilizou Michael Phelps. O americano das 28 medalhas olímpicas, 23 de ouro, falou da pressão sofrida pelos atletas de ponta.
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Vale a pena lembrar que o próprio Phelps revelou que havia sofrido de depressão durante a carreira e abusado do álcool para tentar escapar da ansiedade. "Os Jogos são algo que pode sobrecarregar você, há muita emoção em jogo, eu poderia falar sobre isso por horas", afirmou o ex-nadador, que virou comentarista da rede de televisão americana NBC.
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E, mesmo que tente há anos sensibilizar autoridades e atletas sobre a importância do acompanhamento psicológico, Phelps sabe que ainda há muito a melhorar. Para os atletas, em primeiro lugar, no que diz respeito a reconhecer suas fraquezas e fragilidades, sem que isso comprometa sua reputação, ou seu desempenho futuro.
"Você tem que poder pedir ajuda, quando está passando por períodos difíceis. É algo que tive dificuldade em fazer durante a minha carreira", aconselhou Phelps. "Espero que o que acontece (com a Simone) permita que as pessoas abram os olhos. Ninguém é perfeito. Às vezes é bom não se sentir bem", acrescentou o atleta com mais ouros e medalhas da história olímpica.
DESABAFO
Por muito tempo, os atletas de alto nível guardaram suas tempestades para si mesmos, para revelá-las quando suas carreiras terminassem. Mas, seguindo o exemplo da tenista Naomi Osaka, a superestrela da ginástica Simone Biles revelou os "demônios em sua cabeça".
"Eu simplesmente não confio tanto em mim quanto antes. Tenho a impressão de que não me divirto tanto quanto antes. Tenho que fazer o que é bom para mim e me concentrar na minha saúde mental", explicou Biles na terça-feira (27), entre lágrimas e sorrisos.
Antes de Biles, foi a tenista Naomi Osaka que reconheceu ter sofrido períodos de depressão. Em maio, a japonesa chocou em Roland Garros, recusando-se a participar de coletivas de imprensa antes de se retirar após a primeira rodada.
Ela então explicou que vinha passando por "longos períodos de depressão" desde que venceu o US Open 2018, o primeiro de seus quatro títulos de Grand Slam.