A seleção brasileira feminina de vôlei foi surpreendida, na noite da última quinta-feira (5), no horário brasileiro, com a suspensão provisória da oposto Tandara Caixeta, flagrada em teste antidoping. Na tarde desta sexta-feira (6), os advogados da jogadora divulgaram uma nota, publicada no perfil da atleta no Instagram.
A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) informou que a substância encontrada no exame antidoping de Tandara foi a Ostarina, que é "uma substância não especificada, proibida em competição e fora de competição. Pertence a classe: S1.2 Agentes Anabolizantes - Outros Agentes Anabolizantes - SARMS da Lista de substâncias e métodos proibidos da AMA-Wada", disse a entidade.
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A nota divulgada pela defesa da jogadora afirmou que a notificação do resultado do exame, às vésperas de uma semifinal olímpica, resultando em um corte abrupto na delegação, configurou uma situação desgastante e traumática para qualquer atleta.
Segundo a defesa, a contraprova da urina de Tandara não foi analisada e, por isso, não é correto fazer "qualquer pré-julgamento de uma atleta íntegra, sem quaisquer antecedentes e que há anos contribui para as conquistas do voleibol brasileiro".
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Os advogados que representam Tandara Caixeta confiam que conseguirão comprovar que a substância ostarina entrou acidentalmente no organismo dela e que não foi utilizada para fins de performance esportiva. Como o processo corre em segredo de justiça, Tandara seguirá a orientação de sua defesa e não se pronunciará até a decisão final do caso.
Ao ser suspensa, Tandara retornou ao Brasil e não disputou a partida contra a Coreia do Sul, válida pela semifinal e realizada na manhã desta sexta, no fuso-horário brasileiro. A seleção venceu o jogo por três sets a zero e disputará a final, novamente sem a oposto.
Tandara se tornou a maior referência da seleção nos últimos anos, assim como também tem brilhado pelo Osasco na Superliga. Na seleção, estreou em 2011 e soma diversos títulos, com destaque para a conquista da medalha de ouro em Londres-2012 e para os títulos do Grand Prix, atual Liga das Nações, em 2011, 2012, 2013, 2014, 2016 e 2017. Também participou do bronze obtido no Mundial de 2014, na Itália.
Veja na íntegra a nota da defesa de Tandara:
"Vimos, por meio desta, apresentar a seguinte nota sobre as recentes notícias envolvendo o resultado analítico adverso da atleta da seleção brasileira de voleibol, Tandara Alves Caixeta.
Como se pode imaginar, a notificação de um resultado analítico adverso às vésperas de uma semifinal olímpica, ensejando o inesperado e abrupto corte da delegação, configura situação extremamente desgastante e traumática para qualquer atleta.
Poucos sabem, mas anualmente são realizados cerca de 263.000 (duzentos e sessenta e três mil) exames antidopagem no mundo, dos quais apenas 0,97% apresentam resultado analítico adverso, sendo certo que, menos de 0,40% dos casos de doping são de uso intencional de substâncias proibidas.
Recentemente, inúmeros atletas no Brasil foram vítimas de incidentes envolvendo a Ostarina (SRM-S22), a ponto de a ANVISA intervir para proibir a comercialização de tal substância em território nacional.
Até o momento, sequer foi analisada a contraprova da urina da atleta (amostra B), portanto, salvo melhor juízo, não se afigura razoável qualquer pré-julgamento de uma atleta íntegra, sem quaisquer antecedentes e que há anos contribui para as conquistas do voleibol brasileiro.
Confiamos plenamenta que comprovaremos que a substância Ostarina entrou acidentalmente no organismo da atleta e que não foi utilizada para fins de performance esportiva.
Tendo em vista o segredo de justiça imposto ao processo, em respeito à ABCD e ao TJD-AD, por nossa orientação, a atleta Tandara Alves Caixeta não se pronunciará até a decisão final sobre o caso."