PRECONCEITO

MPF pede indenização para diretora do Flamengo por post contra nordestinos

Ângela Machado, diretora de responsabilidade social do Flamengo e mulher do presidente do clube Rodolfo Landim, postou um comentário xenofóbico contra os nordestinos

Cadastrado por

Filipe Farias

Publicado em 17/05/2023 às 23:42
Eleitora de Bolsonaro, Ângela Machado, diretora de responsabilidade social do Flamengo e mulher do presidente do clube Rodolfo Landim, fez post preconceituoso contra nordestinos - REPRODUÇÃO

Da Estadão Conteúdo



O Ministério Público Federal entrou com ação civil pública contra Ângela Machado, diretora de responsabilidade social do Flamengo e mulher do presidente do clube Rodolfo Landim, por causa de comentários discriminatórios contra nordestinos em post em seu Instagram no dia 31 de outubro. O MPF pede indenização de R$ 100 mil.

"Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias, bora trabalhar, pq se o gado morrer o carrapato passa fome", diz o texto do post feito por Ângela Machado no ano passado.

De acordo com Jaime Mitropoulos, Julio José Araujo Junior e Aline Caixeta, procuradores regionais dos Direitos do Cidadão que assinam a ação, o motivo do comentário na rede social foi a grande quantidade de votos do Nordeste em Luiz Inácio Lula da Silva, então na disputa eleitoral para presidente com Jair Bolsonaro, e feriu a dignidade e honra das pessoas da região brasileira.

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"Sobre esse aspecto, deve-se reconhecer que, depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização - ausência de crítica e questionamento - acerca de atitudes racistas ou discriminatórias", afirmam os autores da ação.

PUNIÇÃO

Mesmo com Ângela tendo usado a mesma conta no Instagram para pedir desculpas pelo post, o MPF vê afirmações e o pedido de desculpas não a eximem de responsabilidade, tampouco satisfazem o dever de plena e integral reparação, tendo em vista a repulsa que as declarações provocaram e a reprovabilidade da conduta.

Além do inquérito civil, foi instaurado inquérito na Polícia Federal para apurar possível crime de discriminação ou preconceito.

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