O trabalho jurídico do Náutico não tem descanso. Por conta de dívidas de antigas gestões, o terreno da sede do clube, na Avenida Rosa e Silva, no bairro dos Aflitos, foi posto em leilão para o pagamento de duas ações trabalhistas. Uma de R$ 60 mil, movida por Edílson Lourenço da Silva, que trabalhou como porteiro do Náutico nos anos de 2004 a 2016. A outra, no valor de R$ 50 mil, foi movida pelo meia-atacante Rafael Xavier, que passou pelo Alvirrubro em 2011. Porém, o Timbu conseguiu suspender os leilões da sua sede e vai negociar individualmente com os dois reclamantes.
"Na verdade, esses dois leilões específicos nós suspendemos. E como são os dois em valores relativamente baixos, um de R$ 60 mil e outro de R$ 50 mil, a gente, com calma, vai buscar um acordo dentro das possibilidades do clube. Eu sempre tenho dito e é uma postura do presidente Edno Melo, a gente não vai assumir nenhum acordo que não possamos pagar. Mas esses dois, em específico, a gente agora tem mais tranquilidade. Não estamos ‘com a faca no pescoço’, como se diz popularmente, porque conseguimos suspender o leilão. Mas vamos procurar esses dois reclamantes para fazer um acordo", explicou o vice-presidente jurídico do Náutico, Bruno Becker.
Apesar desta vitória jurídica, o Alvirrubro já tem consciência que precisará conviver com esse tipo de situação ainda por um tempo. De acordo com o dirigente, o Náutico tem 26 ações que pedem a penhora do terreno da sede, enquanto outras 17 solicitam da sede do remo. "Nós temos hoje 17 processos que incidem penhora sobre o remo, e 26 processos que incidem penhora sobre a sede. Então a chance de haver novos leilões é imensa. Isso é uma realidade que o clube ainda vai ter que conviver por um certo tempo", acrescentou.
O departamento jurídico do Náutico já vem tentando anular o leilão do prédio da garagem do Departamento de Remo do clube, localizado na Rua da Aurora, para o pagamento de ação do técnico Givanildo Oliveira, que cobra do Timbu o valor de R$ 517.829,86. Esse leilão, por sua vez, está marcado para acontecer no dia 20 deste mês.
O presidente alvirrubro Edno Melo, em entrevista à Rádio Jornal, chegou a admitir a possibilidade real de perder esse patrimônio do clube. "O caso de Givanildo (Oliveira) é apenas um dos que envolvem a garagem do remo. São mais de 20 casos com valores bem mais altos, como os de Martinez, (Ricardo) Berna, Jean Rolt, Maranhão... são várias ações e situações que o Náutico não vai ter como fazer esse tipo de acordo. Eu realmente lamento muito que a gente tenha que passar por uma situação de perder um patrimônio, mas eu não vejo uma saída próspera para a garagem de remo do Náutico", revelou o presidente Edno Melo, em entrevista ao repórter Antônio Gabriel, da Rádio Jornal.
O prédio de número 1193, na Rua da Aurora, em Santo Amaro, pertencente ao Clube Náutico Capibaribe foi avaliado em R$ 3.288.000,00.