Chegou em casa, pegou os filhos no colo, abraçou a esposa, a mãe, o pai e o irmão. Foi o que Paulo Mariano de Arruda Neto, massagista do Náutico, fez assim que chegou em casa no início da tarde desta sexta-feira (19), depois de passar 23 dias preso no Centro de Observação e Triagem professor Everardo Luna (COTEL). Era o que ele mais queria poder fazer.
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Paulinho, como é carinhosamente conhecido no meio do futebol, viveu um pesadelo que teve início no dia 24 de fevereiro, ao ser preso, suspeito de participar de um assalto a ônibus, cometido em 25 de dezembro de 2018 – crime que ele alega não ter cometido.
Do COTEL para a casa de Paulinho, no bairro de Maranguape I, em Paulista, no Grande Recife, são cerca de 10 km de distância, mas por quase um mês parecia infinita. E quando a distância finalmente acabou, o medo deu lugar ao alívio e à alegria. Assim que saiu do COTEL, Paulo foi recebido pela esposa e por seus advogados. O pesadelo já tinha acabado. Mas foi ao chegar em casa e encontrar a pequena Luna, 1 ano, que estava dormindo, e vê-la acordar olhar para ele, dizer "papai!", encostar a cabeça em seu ombro e dormir novamente, que a vida do massagista alvirrubro voltou para o lugar certo.
Ainda segurando sua filha mais nova nos braços e usando uma máscara do Náutico, Paulo recebeu a reportagem do JC e do Blog do Torcedor em sua casa, horas depois de deixar a prisão. "Quando vi meu pai, minha mãe, minha esposa, minha filha, foi só alegria porque foram 23 dias de sofrimento, mas agora graças a Deus estou aqui e isso é o que importa", contou Paulo, com um sorriso que era possível perceber mesmo com o rosto coberto.
Agora, os planos são de retomar a vida de onde ela parou e seguir em frente. O fim de semana será de descanso no aconchego do lar e perto dos pais, do irmão, da esposa e dos filhos. Na segunda-feira (22), Paulo volta ao trabalho no Náutico.
Para Amanda Araújo, esposa de Paulinho, ter o marido de volta em casa foi como ganhar um presente. "Tinha hora que eu não conseguia acreditar que realmente estava passando por isso, porque realmente é uma realidade que a gente nunca imaginou passar. Foram dias de luta e sofrimento. Quando eu soube que ele ia ser solto, era um sentimento de alegria e ansiedade para que a noite passasse logo, amanhecesse a gente fosse logo buscar ele para ter ele em casa. Ter ele em casa é o maior presente", contou.