A falta de comando e as controvérsias do governo federal em relação ao passaporte da vacina têm feito Estados apostarem cada um por si em regras e exigências - mais um capítulo da interminável queda de braço federativa que só se acentuou durante a pandemia. Chefes de Executivos estaduais temem que a falta de unidade nacional sobre o tema cause judicialização e, no limite, até comprometa a exigência de comprovação vacinal para entrar em espaços públicos ou privados. O temor, aliás, já tem fundamento concreto. O bolsonarista PTB está no STF tentando derrubar os passaportes estabelecidos em Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraíba, Amazonas, Bahia e na cidade do Rio de Janeiro.
PODE VIR
O clima entre os governadores, no entanto, é de topar a briga. "A Anvisa recomenda e o governo não segue. O Brasil precisa adotar o passaporte da vacina", diz o governador Wellington Dias (PT-PI).
DIFÍCIL
De Renato Casagrande (PSB-ES): "É um problema que nada seja feito ou executado sem politizar. O passaporte é mais um tema que passa por isso, o que atrapalha tudo e dá sinais errados à população. Não deveríamos estar nesta confusão. A solução, portanto, é cada um fazer sua parte".
DEIXA QUIETO
Movimentado com os temas "quentes" da pandemia, o grupo do Fórum de Governadores tem estado mais silencioso nos últimos tempos - inclusive sobre o passaporte vacinal. A leitura é de que temas ideologizados estejam sendo evitados para não melindrar quem ainda não definiu seu rumo para 2022.
QUE SITUAÇÃO
O Ministério da Saúde tem R$ 102 milhões em medicamentos e vacinas vencidas em estoque, segundo informações fornecidas pela própria pasta ao deputado e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP). "A cada enxadada descobrimos mais um escândalo do apagão logístico causado por Bolsonaro no Ministério da Saúde", disse.
SALDO
Em resposta a um requerimento feito pelo parlamentar, a pasta diz que "não há que se falar sobre prejuízo" porque itens desse grupo estão em processo de revalidação e em tratativas de trocas com a indústria farmacêutica.
IDEIA
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um projeto de lei no Senado para reforçar a barreira contra candidatos ficha-suja à vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
FAZ ASSIM
O texto determina que a indicação de candidatos deverá seguir critério de idoneidade moral e reputação ilibada. Ou seja, não pode ser réu ou ter contra si ação penal por crime doloso contra a administração pública, entre outros.
SHHH!
O encontro de lideranças políticas e empresariais em torno de Luciano Huck (sem partido) no Rio de Janeiro esta semana teve pacto de silêncio na linha "What happens in Vegas stays in Vegas"...
PRONTO, FALEI!
Atila Iamarino
Divulgador científico
"’Melhor perder os dados e a vida do que perder a liberdade’, diria o ministro (Marcelo Queiroga)...", sobre o ataque de hackers ao site do Ministério da Saúde.