REVERENDO MIGUEL COX
“Diziam umas às outras: Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?
E, olhando, viram que a pedra já estava removida; pois era muito grande”.
Marcos 16:3,4
Providências foram tomadas para que o corpo de Jesus permanecesse no sepulcro onde fora sepultado. Além de uma grande pedra fechando-o, também fora colocado o selo inviolável do governador Pôncio Pilatos e uma escolta romana com 12 a 16 soldados rigorosamente armados. O corpo de Jesus, assim guardado, não poderia ser roubado, mesmo porque os seus apóstolos fugiram e se esconderam com medo de sofrer atroz destino. Mas, o corpo estava lá dentro, deitado na pedra fria, e as mulheres se dispuseram a realizar o ritual de sepultamento visto que não houve como fazê-lo na sexta-feira, descansaram no sábado, em cumprimento à lei e, no domingo pela manhã, foram embalsamá-lo.
Elas foram bem cedinho, ao despontar da aurora, conscientes de que havia uma grande pedra fechando o túmulo e, desta forma, não poderiam entrar para realizar seu propósito. E se perguntavam, “quem nos removerá a pedra”? Tudo isso é um forte indício de que elas não haviam crido nas palavras de Jesus que avisou para todos que iria ressuscitar no terceiro dia. Elas foram embalsamar um morto, que estava encerrado dentro de um sepulcro inviolável e que tinha o obstáculo da pedra. Vejam quantas empecilhos teriam de enfrentar. Sem mencionar a escolta romana que já havia fugido do posto morrendo de medo, o que elas ainda não tinham tomado conhecimento.
Uma surpresa foi se depararem com a pedra já removida! Ora, quem removeu a grande pedra? Outra surpresa foi encontrar o sepulcro vazio! Quem levou o cadáver? A terceira surpresa foi ver o próprio Jesus ressuscitado e confundi-lo com o jardineiro. Ao que me parece, os sacerdotes que entregaram Jesus Cristo para ser crucificado e o governador Pilatos deram mais crédito às palavras de Jesus do que os próprios apóstolos e as mulheres que o acompanharam durante os três anos de seu ministério aqui na terra.
Encontro nesse relato uma outra grande pedra que precisava ser removida, além da que cerrava o túmulo, é a grande pedra da incredulidade! Esta estava cravada nos corações delas e dos apóstolos! E o que é mais impressionante é o fato de que ambas só foram removidas pela intervenção divina. A do sepulcro, não para Jesus sair, mas para que elas entrassem e testificassem que estava vazio; e a dos corações, para retirar o espesso véu da incredulidade.
A incredulidade é bem interessante, ela desvia o foco da verdade para a mentira: “Jesus não ressuscitou dentre os mortos”, esta é a fé de muitos na sua incredulidade. A grande pedra irremovível é a mentira que se afirmar na certeza de negar o fato incontestável da ressurreição de Jesus Cristo.
Aquelas mulheres que foram ao sepulcro naquela manhã, também foram ao encontro dos apóstolos e contaram para eles a maravilha da ressurreição do Senhor. Eles creram e dedicaram as suas vidas em proclamar essa verdade irrefutável. E nós hoje, será que ainda temos nos nossos corações esta grande pedra da incredulidade que precisa ser removida?
Encerro com as palavras do apóstolo S. Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. (1 Coríntios 15:17-20)
Rev. Miguel Cox é mestre em Teologia e pastor evangélico