A notícia que circulou nas redes sociais de que Cuba havia desenvolvido uma vacina contra o novo coronavírus, enviado para a China e curado mais de 1.500 pessoas é falsa. Os casos confirmados da covid-19 no Brasil já alcançam 234 até essa segunda-feira (16), segundo Ministério da Saúde.
A informação foi desmentida pelo diretor de investigações biomédicas do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia do país, em entrevista a um canal de TV local. Segundo Gerardo Guillen, Cuba não tem a vacina contra a doença.
Na verdade, um dos medicamentos usados no tratamentos de infectados no país asiático, onde teve início a disseminação do vírus que causa a covid-19, foi o Interferon Alfa 2B, é usado em tratamentos como os de leucemia e hepatite.
"As informações que circulam se referem ao Interferon, que é um produto terapêutico, que se utiliza para fortalecer a imunização geral, não é específico como as vacinas. Obter uma vacina levará um ano ou um ano e meio", diz o especialista cubano ao ser questionado nas redes sociais. Em entrevista a uma TV de seu país, Guillen explica a origem do medicamento.
"É uma proteína do sistema imunológico dos seres humanos e tem a função especificamente neste caso de interferir na infecção viral ou de microorganismos patógenos em geral. Daí vem seu nome Interferon.”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que não há uma solução preventiva contra o vírus até o momento. “Não há vacina nem medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar covid-19. No entanto, as pessoas afetadas devem receber cuidados para aliviar os sintomas. Pessoas com doenças graves devem ser hospitalizadas”, indica em seu site.
De acordo com o órgão, vacinas e alguns tratamentos medicamentos específicos estão em análise. "Eles estão sendo testados por meio de ensaios clínicos. A OMS está coordenando esforços para desenvolver vacinas e medicamentos para prevenir e tratar”, afirma.
Os médicos cubanos que trabalhavam no programa Mais Médicos serão chamados pelo Ministério da Saúde para ajudar no controle da pandemia do novo coronavírus. A informação foi dada pelo secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, nesse domingo (15) durante entrevista. O gestor ainda afirmou que o chamado se estenderá para estudantes de medicina a partir do sexto ano e médicos aposentados.
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Segundo Gabbardo, a medida objetiva ajudar a repor parte da mão de obra perdida durante o expediente, já que os médicos também ficam doentes. No último balanço, divulgado na noite desse domingo (15) pelo Ministério da Saúde, consta 200 casos oficiais de Covid-19 no Brasil.
"A preocupação com o médico é muito importante porque ele é muito atingido com o coronavírus. Na Itália aconteceu isso, 40% da força médica e de enfermagem a gente perde no transcorrer da doença, porque eles ficam doentes. Mesmo que os sintomas deles sejam leves, eles têm que ser isolados para não ficar transmitindo a doença para os seus pacientes", disse.
"Esses cinco mil médicos que vão ser chamados irão para a atenção básica de todo o país. E vamos fazer mais do que isso: nós vamos chamar a partir de amanhã (hoje, 16), todos os médicos cubanos que estavam trabalhando no programa inicial. Eles vão ser chamados. Assim como estudantes de medicina a partir do sexto ano e um chamado para médicos aposentados. Com certeza mais de cinco mil médicos", afirmou.