China concede permissão para testes em humanos de vacina contra coronavírus

Países estão em corrida para desenvolver vacina contra a doença
Marcelo Aprígio
Publicado em 18/03/2020 às 9:34
O governo informou que a Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, é uma das instituições com capacidade de produzir a vacina no futuro Foto: Foto: Filipe Jordão/JC Imagem


A China concedeu, nesta terça-feira (17), permissão para que pesquisadores do país comecem testes de segurança em humanos de uma vacina experimental contra o novo coronavírus (covid-19). O aval surge durante uma corrida contra o para desenvolver uma imunização contra a doença. As informações são do portal G1.

Com a permissão do governo, cientistas da Academia de Ciências Médicas Militares da China poderão dar início aos ensaios clínicos em estágio inicial da vacina até a sexta-feira (20). A notícia foi publicada no 'Diário do Povo', jornal oficial do Partido Comunista Chinês, que governa o país.

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Teste em humanos nos EUA

Nos Estados Unidos, na segunda-feira (16), o primeiro teste em humanos para avaliar uma vacina contra o coronavírus teve início em Seattle, um dos estados mais afetados pela covid-19, informaram as autoridades de saúde do país. Contudo, pode levar de um ano a 18 meses para que a vacina esteja disponível, já que são necessários mais testes.

"O teste em estudo aberto incluirá 45 voluntários adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, durante aproximadamente seis semanas", afirmou o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) em comunicado.

A vacina foi desenvolvida por cientistas e colabores do NIH, num trabalho conjunto com empresa de biotecnologia Moderna, com sede em Cambridge, Massachusetts. A Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), com sede em Oslo, Noruega, também direcionou fundos para a implementação do medicamento.

O teste de Seattle estudará o impacto de diferentes doses administradas por injeção intramuscular no braço do paciente, enquanto os participantes serão monitorados quanto a efeitos colaterais, como dor ou febre.

"Encontrar uma vacina segura e eficaz para prevenir a infecção de SARS-CoV-2 é uma prioridade para a saúde pública", disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas.

Atualmente, não existem vacinas ou tratamentos aprovados para a covid-19, que infectou mais de 175.000 pessoas em todo o mundo desde que surgiu na cidade chinesa de Wuham (centro), no final de dezembro. Até o momento, 7.000 morreram em decorrência da pandemia, segundo uma contagem da AFP, a maioria na China, seguida pela Itália.

Os coronavírus são esféricos e têm picos que se sobressaem em sua superfície, o que lhes dá a forma de uma coroa. As pontas se aderem às células humanas, permitindo que o vírus entre.

Corrida por uma solução

Laboratórios farmacêuticos e de pesquisa em todo o mundo competem para desenvolver tratamentos e vacinas para o novo coronavírus.

Por exemplo, um tratamento antiviral chamado Remdesivir, desenvolvido pela American Gilead Sciences, já está nos estágios finais de testes clínicos na Ásia, e médicos na China relataram que ele demonstrou ser eficaz no combate à doença.

Mas apenas testes aleatórios permitem aos cientistas saber se é realmente eficaz ou se os pacientes se recuperariam sem ele.

Outra empresa americana, a Inovio, que está criando uma vacina baseada em DNA, comunicou que iniciará testes clínicos no próximo mês.

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
  • Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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