Nesta sexta-feira, a Itália ultrapassou as 4.000 mortes por coronavírus, enquanto Nova York e outros estados americanos seguiram os passos da Califórnia, declarando a quarentena obrigatória para tentar controlar a pandemia.
>> Itália ultrapassa os 4.000 mortos por coronavírus
Com 627 mortes de coronavírus nas últimas 24 horas, a Itália viveu seu pior dia nesta sexta-feira, atingindo um total oficial de 4.032, apesar dos esforços do governo para conter a propagação do vírus.
Os que morreram no país europeu, com 60 milhões de habitantes, agora representam 36,2% das vítimas globais da pandemia e sua taxa de mortalidade de 8,6% entre os infectados é significativamente maior do que na maioria dos países atingidos.
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As mortes em todo o mundo ligadas à pandemia ultrapassaram a marca de 11.000, e o número de infectados atingiu 258.000 pessoas, segundo uma contagem da AFP.
As infecções continuam a se multiplicar em todo o planeta, mas na cidade chinesa de Wuhan, onde o surto começou em dezembro, nenhum novo caso foi relatado.
Os governos e os bancos centrais continuaram a despejar enormes quantias de dinheiro na economia, na esperança de evitar uma profunda recessão global.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou a quarentena obrigatória imposta pelos governadores de Nova York e Califórnia, mas disse que não considera que uma quarentena nacional seja necessária.
"Acho que nunca acharemos que uma quarentena em todo país será necessária", disse ele, afirmando que os Estados Unidos estão "ganhando" a guerra contra o vírus.
Logo após o pronunciamento de Trump, o governador de Illinois também ordenou uma quarentena obrigatória, seguida por uma medida idêntica em Connecticut.
Com essa medida, os moradores das três cidades mais populosas do país - Nova York, Los Angeles e Chicago - estão impedidos de deixarem suas casas.
O Reino Unido, alinhando-se aos vizinhos da União Europeia, também anunciou restrições mais severas, incluindo o fechamento de bares, restaurantes e teatros. O governo prometeu ajudar a cobrir os salários dos trabalhadores afetados.
A cidade de Wuhan, na China, trouxe uma luz de esperança com a notícia de que não foram relatados novos casos nas últimas 24 horas.
"Wuhan dá esperança ao resto do mundo de que mesmo a situação mais grave pode ser revertida", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS.
Horas antes, na Califórnia, um dos Estados Unidos mais atingidos pela pandemia, com mais de 1.000 casos e 19 mortes, ordenou que seus 40 milhões de habitantes fiquem em casa.
O estado de Nova York, onde mais de 7.000 casos e 38 mortes foram relatados, replicou a medida na manhã desta sexta-feira, ordenando uma quarentena obrigatória a partir da tarde de domingo para seus quase 20 milhões de habitantes.
Illinois promulgou uma medida de quarentena semelhante. "Eles estão tomando medidas fortes. Eu os aplaudo", disse Trump, referindo-se ao governador de Nova York, Andrew Cuomo, e ao governador da Califórnia, Gavin Newsom.
O magnata republicano também anunciou nesta sexta-feira que os Estados Unidos e o México concordaram com uma restrição de fronteira que somente permite travessias essenciais, a partir de sábado.
A medida, semelhante à anunciada anteriormente com o Canadá, é necessária para evitar a "propagação da infecção" entre funcionários da fronteira, migrantes e o público em geral, acrescentou Trump.
Em toda a Europa, os governos mantêm medidas rigorosas de quarentena, que deixam as famosas avenidas e praças do continente vazias e silenciosas, mesmo no clima de primavera cada vez mais quente.
França, Itália, Espanha e outros países europeus ordenaram que seus residentes permanecessem em suas casas, em alguns casos ameaçando multar aqueles que não cumprirem a ordem. Na Alemanha, a Baviera se tornou a primeira região a impor uma quarentena, que durará duas semanas.
As autoridades francesas disseram que mais de 4.000 pessoas foram multadas por não cumprirem a quarentena obrigatória no primeiro dia de sua execução. Ministros do governo classificaram os infratores como "idiotas".
As medidas rigorosas seguem o modelo aplicado pela China, onde uma quarentena generalizada na província de Hubei, o ponto de origem dessa pandemia, deu resultados positivos.
Segundo uma contagem da AFP, o número de mortos na China permanece estável em 3.248 vítimas. As mortes na Europa por pandemia agora representam mais da metade do número global de mortes.
A ameaça do coronavírus também paira sobre a África, com mais de 900 casos em todo o continente, um número que está aumentando rapidamente.
No Oriente Médio, o Irã é um dos países mais afetados, mas as autoridades até agora se abstiveram de aplicar medidas restritivas severas.
A pandemia provocou temores de uma recessão global, punindo as bolsas de valores do mundo e forçando os governos a aplicarem medidas para limitar os danos econômicos.
Bancos centrais dos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Canadá e Suíça uniram forças na sexta-feira em uma nova tentativa de manter o fluxo de dinheiro na economia mundial.
Nos Estados Unidos, o Senado começou a negociar um pacote de emergência de 1 trilhão de dólares para ajudar os americanos a lidar com a crise da saúde e seus efeitos.
O mundo dos esportes, praticamente paralisado pelo coronavírus, ainda aguarda uma resolução sobre uma de suas maiores competições, as Olimpíadas, programadas para acontecer no Japão a partir de 24 de julho, mas que ainda não foram canceladas.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, no dia 11 de março de 2020, que a situação do novo coronavírus pode ser classificada como uma pandemia. Desde o final de dezembro de 2019 até essa quarta-feira (18), a entidade divulgou que mais de 190 mil pessoas foram infectadas pela doença. De acordo com o Ministério da Saúde, subiu para 428 o número de casos confirmados de coronavírus no Brasil. O número de mortes pela doença subiu para cinco. A quinta vítima é uma mulher de 63 anos. Ela era empregada doméstica e trabalhava no Rio de Janeiro.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão: