Novo vírus da gripe encontrado em porcos, na China, tem "potencial pandêmico"

O estudo aponta que o vírus tem capacidade para infectar humanos; evidências de infecção foram encontrada
Douglas Hacknen
Publicado em 29/06/2020 às 20:23
A Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença viral, altamente contagiosa, que afeta somente suínos e javalis. Não oferece riscos à saúde humana e não tem impacto na saúde pública Foto: PIXABAY


Um novo estudo realizado por pesquisadores chineses e publicado nesta segunda-feira (29) na revista científica americana "PNAS", identificou uma variação do vírus da gripe com potencial de causar uma nova pandemia. A variação foi identificada na China. A informação publicada pela BBC News explica que essa linhagem surgiu recentemente e tem os porcos como hospedeiros, mas pode infectar seres humanos. Ainda segundo os pesquisadores, o vírus poderia sofrer uma mutação ainda maior e se espalhar facilmente de pessoa para pessoa e desencadear assim um surto global.

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Eles afirmam que a cepa (cepa refere-se a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas ou fisiológica) precisa ser monitorada de perto por ter "todas as características" de ser altamente adaptável para infectar seres humanos. Por se tratar de uma nova linhagem do vírus influenza, que causa a gripe, as pessoas podem ter pouca ou nenhuma imunidade a ela.

O vírus recebeu o nome de G4 EA H1N1,  e se faz perigoso, pois pode crescer e se multiplicar nas células que revestem as vias aéreas humanas. Evidências de infecção foram encontradas em pessoas que trabalhavam em matadouros e na indústria suína na China. 

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Os pesquisadores realizaram vários testes, inclusive em furões, animais muito usados em estudos sobre a gripe por apresentarem sintomas semelhantes aos do homem, principalmente febre, tosse e espirros. O G4 se mostrou altamente infeccioso.

De acordo com exames de sangue que mostraram anticorpos criados pela exposição ao vírus, 10,4% dos trabalhadores da indústria de carne suína já foram infectados. Um total de 4,4% da população em geral também parece já ter sido exposta ao vírus.

À BBC do Reino Unido, Kin-Chow Chang, que trabalha na Universidade de Nottingham, na Inglaterra, explicou que "no momento estamos distraídos com o coronavírus e com razão. Mas não devemos perder de vista novos vírus potencialmente perigosos".

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