Estados Unidos têm recorde diário de casos de coronavírus; Europa ultrapassa 300 mil mortes

Em todo mundo, a pandemia já matou mais de 1,2 milhão de pessoas e provocou quase 49 milhões de casos
AFP
Publicado em 06/11/2020 às 19:11
No dia 29 de dezembro de 2020, foi divulgado o código genético do novo coronavírus na China Foto: RODRIGO BUENDIA/AFP


A Europa ultrapassou nesta sexta-feira(06) 300.000 mortes por covid-19 em um momento em que a pandemia está explodindo na região, como nos Estados Unidos, que registrou um recorde diário de infecções.

Enquanto aguarda ansioso os resultados definitivos da eleição presidencial, os Estados Unidos, o país com mais mortes no mundo pela pandemia com 234.876 óbitos, registraram um recorde de infecções na quinta-feira: mais de 120.000 casos em 24 horas, segundo uma contagem da Universidade Johns Hopkins, órgão de referência.

Em todo mundo, a pandemia já matou mais de 1,2 milhão de pessoas e provocou quase 49 milhões de casos, conforme balanço da AFP com base em dados oficiais.

O epicentro atual da pandemia está na Europa, onde se registra o maior número de contágios, ainda de acordo com balanço da AFP: mais de 11,9 milhões de casos, metade deles distribuídos entre Rússia, França, Espanha e Reino Unido. A covid-19 já tirou mais de 297.000 vidas no continente.

"Observamos uma explosão" de casos, destacou Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa. "Em apenas alguns dias, houve um milhão de casos adicionais" na Europa, e "vemos também como a mortalidade está aumentando pouco a pouco", alertou.

O Velho Continente é a segunda área do mundo mais afetada pela pandemia, com 300.688 mortes no total (para 12.136.981 infecções), atrás da América Latina e Caribe (408.841 mortes, 11.490.126 casos), de acordo com os últimos Balanço da AFP.

 

Diante desta situação, a lista dos países europeus que continuam endurecendo as medidas cresce ainda mais.

A partir desta sexta-feira à noite e até 3 de dezembro, entrará em vigor um toque de recolher entre as 22h e 5h em toda Itália.

As escolas italianas de ensino médio recorrerão ao ensino a distância, os museus fecharão, e os shoppings e centros comerciais não abrirão nos finais de semana.

Lombardia, Piamonte, Vale de Aosta e Calábria foram declaradas regiões "vermelhas" e de "alto risco", e 16 milhões de italianos terão de respeitar um novo confinamento, apesar de menos rígido que o da primeira onda na primavera europeia (outono no Brasil).

Em Bérgamo, na Lombardia, várias centenas de pessoas, entre elas comerciantes, donos de restaurantes e alguns militantes de extrema-direita, protestaram nas últimas horas contra essas restrições e pediram "liberdade" aos gritos, antes de serem dispersados pelas forças de ordem.

"Há mais cansaço e desconfiança" do que no confinamento de março, admitiu o prefeito de Bérgamo, Giorgio Gori.

O Reino Unido, o país mais atingido na Europa, com mais de 48 mil mortos, decretou um reconfinamento na Inglaterra desde quinta-feira.

E Liverpool (noroeste) se tornou nesta sexta-feira a primeira cidade inglesa a testar todos os seus habitantes para o covid-19, mesmo que não apresentem sintomas.

A Dinamarca defendeu nesta sexta-feira sua decisão de sacrificar todos os visons do país - entre 15 e 17 milhões - após a descoberta nesses animais de uma mutação do coronavírus transmissível ao homem.

Essa cepa chamada "Cluster 5" e que já foi detectada em 12 pessoas, ameaça o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19.

"Estamos tomando as medidas necessárias e adequadas" diante de um desenvolvimento "preocupante", declarou o chanceler Jeppe Kofod.

Diante de um risco de saturação de seus hospitais, a Grécia também decidiu se confinar a partir de sábado (7), por pelo menos três semanas.

Antes de sair de casa, os gregos deverão sinalizar por mensagem de texto o motivo e a hora da saída e esperar o sinal verde das autoridades, através do mesmo sistema.

Na França, reconfinada desde 30 de outubro, a segunda onda "é brutal e se propaga rapidamente", com 58.000 novos casos detectados nas últimas 24 horas, segundo o diretor-geral de Saúde, Jérôme Salomon.

 

Ao contrário da Europa, a América Latina começou a relaxar suas medidas, depois de meses de combate à covid-19. O coronavírus deixou mais de 408.000 mortos na América Latina e Caribe e provocou quase 11,5 milhões de infecções.

A progressiva suspensão das restrições gerou um relaxamento entre a população como, por exemplo, no Equador, que precisou voltar a impor medidas, devido às violações das normas de proteção sanitárias.

As autoridades de Guayaquil (sudoeste) proibiram a venda de bebidas alcoólicas de quinta a domingo, bem como bailes e eventos festivos.

A Colômbia, que impôs cinco meses de confinamento até o final de agosto, levantou a obrigação de apresentar um teste negativo de covid-19 aos viajantes provenientes do exterior, o que gerou críticas.

E, na Venezuela, onde segundo os números oficiais há cerca de 800 mortes pelo coronavírus, os cidadãos puderam voltar às praias. Centenas deles retomaram suas atividades econômicas, reabrindo seus comércios, ou seus serviços, aos banhistas, após sete meses de fechamento total.

 

TAGS
Mundo vírus epidemia saúde Giuseppe Conte Boris Johnson Viktor Orban Nicos Anastasiades coronavírus covid-19
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory