O Twitter não permitirá que Donald Trump volte à rede social, mesmo que ele concorra a um cargo político novamente, disse nesta quarta-feira (10) o diretor financeiro da empresa, Ned Segal, em entrevista ao programa Squawk Box, da CNBC.
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Segundo ele, o veto é permanente, independentemente de suas ambições políticas e do veredicto em seu segundo julgamento de impeachment. "Da forma como nossa política funciona, quando você é removido da plataforma, não há como reverter", disse. "Nossas políticas foram elaboradas para garantir que as pessoas não incitem à violência."
O Twitter suspendeu permanentemente a conta do ex-presidente após a invasão do Capitólio, alegando "risco de mais incitamento à violência". Para enfatizar a mensagem, a conta de comunicação oficial da empresa retuitou uma postagem do Dictionary.com, com um link para a definição da palavra "permanente". "Eterno, sem mudanças significativas."
Trump foi um usuário prolífico do Twitter ao longo de sua campanha e em seus quatro anos na Casa Branca, usando a plataforma para anúncios políticos, para acertar contas com seus inimigos e para sua campanha política. Ele tinha mais de 80 milhões de seguidores quando sua conta foi suspensa.
Por muito tempo, o Twitter isentou Trump e outros líderes mundiais de suas regras contra ataques pessoais, discurso de ódio e outros comportamentos. Mas em uma longa explicação postada em seu blog em 8 de janeiro, a empresa disse que os últimos tuítes de Trump representaram uma glorificação da violência quando lidos no contexto da invasão do capitólio e de planos para futuros protestos armados.
Pressão interna
De acordo com o Washington Post, centenas de funcionários do Twitter exigiram em uma carta escrita no início de janeiro que os líderes da empresa suspendessem permanentemente a conta de Trump após a invasão, chamando a resposta da empresa, que havia bloqueada a conta momentaneamente, de insuficiente. Os funcionários também solicitaram uma investigação sobre os últimos anos de ações corporativas que levaram ao papel do Twitter na insurreição.
Em uma carta interna endereçada ao presidente-executivo Jack Dorsey e seus principais executivos vista pelo The Washington Post, cerca de 350 funcionários pediram um relato claro do processo de tomada de decisão da empresa em relação aos tuítes do presidente no dia da invasão.